terça-feira, dezembro 16, 2025

Rejeição deve pesar mais que ideologia na disputa presidencial de 2026, diz especialista

 

Rejeição deve pesar mais que ideologia na disputa presidencial de 2026, diz especialista

Para cerca de um terço do eleitorado brasileiro, o resultado das próximas eleições para o governo federal deve ser decidido pelo voto no “menos pior”

 

Brasil, dezembro de 2025 – A disputa presidencial de 2026 deve ser marcada menos pela força das identidades ideológicas e mais pelo peso de um eleitor que vota por rejeição, não por afinidade. Estimativas da Alfa Inteligência, uma das principais empresas de pesquisas do Basil, indicam que cerca de 32,5% do eleitorado brasileiro não escolhe seu candidato por alinhamento programático, mas por considerar a alternativa “menos pior”. Esse grupo, que é numeroso, volátil e decisivo, tende a definir o resultado da próxima eleição. Segundo o CEO da Alfa, Emanoelton Borges, compreender o comportamento desse eleitor será fundamental para qualquer campanha competitiva em 2026.

 

De acordo com o especialista, esse eleitor é altamente sensível a temas do cotidiano e reage menos a discursos ideológicos. “Há um grupo expressivo que quer estabilidade, previsibilidade e respostas objetivas para problemas concretos. Eles não se reconhecem plenamente em nenhum dos polos políticos, mas rejeitam fortemente um deles e acabam votando por exclusão. Esse movimento foi decisivo em 2022 e será ainda mais forte em 2026”, explica.

 

A análise da Alfa Inteligência mostra que o eleitor do “menos pior” se concentra sobretudo: nas regiões Sul e Sudeste, na classe média, entre jovens adultos, pequenos empreendedores e em segmentos evangélicos moderados, que não aderem integralmente a narrativas de confronto. Esse público costuma decidir tardiamente, acompanha debates com olhar crítico e demonstra pouco engajamento emocional com candidatos. Borges destaca que esse comportamento exige estratégias eleitorais mais técnicas e menos polarizadas. “Estamos diante de um eleitor que não quer guerra cultural; ele quer solução. Ele transcende bolhas ideológicas e busca resultados palpáveis, especialmente em áreas como segurança, saúde, economia e educação”, reforça.

 

A Alfa Inteligência aponta que a segurança pública deve assumir protagonismo na campanha presidencial. O avanço da criminalidade urbana, a sensação crescente de medo e a percepção de incapacidade do Estado para garantir proteção devem impulsionar o tema ao centro do debate nacional. Em seguida, aparecem: economia, sobretudo inflação percebida e renda real; saúde pública, ainda influenciada pelos impactos pós-pandemia; educação, com preocupação crescente entre famílias de classe média. “Quem conseguir traduzir propostas claras nesses quatro eixos, com narrativa coerente e capacidade de execução, sairá na frente. A disputa será menos sobre identidade partidária e mais sobre entrega”, ressalta Emanoelton.

 

Eleitor mais monitorado da história

 

Com tecnologia, plataformas de escuta contínua e análises de comportamento mais precisas, Borges avalia que 2026 será a eleição com o maior volume de monitoramento já realizado no Brasil. Isso torna o ambiente ainda mais dinâmico e mais desafiador. “O eleitor de hoje muda de opinião mais rápido do que as campanhas conseguem perceber. Por isso, pesquisas qualificadas e diagnósticos constantes se tornam indispensáveis. Não se trata apenas de medir intenção de voto, mas de entender sentimento, rejeição, expectativas e frustrações. Quem conseguir ler essas curvas com precisão, vence”, completa o especialista.


 

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