
Deputado visitou Bolsonaro um dia antes de prisão preventiva
Daniel Gullino
O Globo
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) explique, em 24h, porque o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), utilizou um celular durante visita, na semana passada, quando Bolsonaro ainda estava em prisão domiciliar.
O uso do celular foi flagrado em reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, exibida no sábado. Nikolas foi uma das últimas pessoas a visitar Bolsonaro em sua casa. No sábado, o ex-presidente foi preso preventivamente, por decisão do Moraes, devido a um risco de fuga. Na terça-feira, começou a cumprir a pena de 27 anos e três meses de prisão que recebeu do STF, por tentativa de golpe.
“USO PESSOAL” – Após a divulgação da decisão, Nikolas afirmou que o celular estava com ele “para uso pessoal e não foi usado para comunicação externa”. O parlamentar ainda afirmou não ter recebido “orientação sobre a proibição do aparelho”.
“A visita ao presidente Bolsonaro ocorreu dentro da normalidade da minha atividade parlamentar. Meu celular estava comigo para uso pessoal e não foi usado para comunicação externa. Não recebi orientação sobre proibição do aparelho”, escreveu Nikolas, na rede social X.
A visita do deputado tinha sido autorizada por Moraes. Em sua decisão, o ministro do STF afirmou que deveriam ser “observadas as determinações legais e judiciais anteriormente fixadas”. Ao determinar a prisão domiciliar de Bolsonaro, no início de agosto, Moraes havia estabelecido a “probição do uso de celular, diretamente ou por intermédio de terceiros”.