Governo reage a união de governadores, e Gleisi fala em incentivo da direita à intervenção de Trump
Por Voctória Azevedo e Mariana Brasil, Folhapress
31/10/2025 às 16:40
Foto: Divulgação/Arquivo
A ministra Gleisi Hoffmann
Integrantes do governo Lula (PT) reagiram à união de governadores de direita após a megaoperação contra o Comando Vermelho, no Rio de Janeiro, criticando o que classificaram como tentativa de dividir politicamente o país.
Além disso, aliados de Lula dizem que os chefes dos Executivos estaduais atuam para colocar o Brasil no radar de intervenções do governo Donald Trump, num incentivo à ofensiva do americano contra a soberania brasileira. Na semana passada, por exemplo, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), um dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sugeriu que os EUA atacassem barcos que supostamente carregassem drogas no Rio.
Nos últimos meses, os Estados Unidos reforçaram a presença militar na América Latina com o envio de caças, navios de guerra e soldados sob o argumento de atuar contra o narcotráfico, principalmente na Venezuela.
Na quinta-feira (30), governadores se reuniram no Rio de Janeiro para demonstrar apoio a Cláudio Castro (PL), após a operação policial mais letal da história do Brasil, que deixou 121 mortos até o momento. Em tom de campanha eleitoral antecipada, os governadores fizeram ataques ao governo Lula e anunciaram a criação de um grupo que chamaram de "Consórcio da Paz", que reunirá os chefes dos Executivos estaduais para articular ações de combate ao crime organizado.
Auxiliares do presidente da República dizem enxergar motivação eleitoral na união dos chefes dos Executivos estaduais num momento em que o governo federal acumulava maré positiva, com aumento da aprovação da gestão petista.