domingo, julho 27, 2025

General que ia matar Lula, Alckmin e Moraes deveria ser internado


General Mario Fernandes admite ser autor de plano para matar Lula e Moraes | Página 12

Este general é muito mais perigoso do que Adélio Bispo

Ana Pompeu
Folha

O general da reserva Mário Fernandes afirmou ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quinta-feira (24) que o arquivo “Punhal Verde e Amarelo”, com plano para matar autoridades e encontrado no seu computador, se tratava de “pensamentos digitalizados” e que nunca foi compartilhado com ninguém.

O militar é interrogado como um dos seis réus do segundo núcleo do processo da trama golpista de 2022. A Primeira Turma da corte faz nesta quinta-feira os interrogatórios dos réus do segundo núcleo da denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República).

CONFESSOU A PROPOSTA – Fernandes foi questionado se confirmava a existência do documento e respondeu de forma positiva, mas argumentou que era uma análise do momento do país.

“Confirmo, excelência. Esse, na verdade, é um arquivo digital que nada mais retrata do que um pensamento meu que foi digitalizado. Um compilar de dados, um estudo de situação, meu pensamento, uma análise de riscos que eu fiz e, por um costume próprio, eu resolvi, inadvertidamente, digitalizar”, disse.

Segundo a denúncia, o documento Planejamento Punhal Verde Amarelo “tramava contra a liberdade e mesmo a vida” do ministro do Alexandre de Moraes, do presidente Lula (PT) e do vice Geraldo Alckmin (PSB). O plano citava alvos como “Jeca”, “Joca” e “Juca”.

SEM DISCUSSÃO – De acordo com a defesa do general, o plano não foi discutido nem encontrado com quaisquer dos investigados.

“Não foi apresentado a ninguém esse pensamento digitalizado, não foi compartilhado com absolutamente ninguém. E, eu garanto, este arquivo é absolutamente descontextualizado”, afirmou.

O general foi preso em 19 de novembro do ano passado. Segundo as investigações, Fernandes imprimiu o planejamento dos assassinatos em 9 de novembro de 2022 no Palácio do Planalto. Cerca de 40 minutos depois, ele teria ido até o Palácio do Alvorada, residência oficial da Presidência então ocupada por Bolsonaro.

COINCIDÊNCIA – Segundo ele, no entanto, no interrogatório, foi uma coincidência. “A coincidência desse horário foi uma coincidência em relação à função da produção aqui do Estatuto de Logística minha, como secretário-executivo. Mas eu não levei, não apresentei, não compartilhei esse arquivo, seja em digital ou em texto, com ninguém.”

Investigação da Polícia Federal apontou que cinco pessoas, presas em novembro de 2024 (quatro militares, incluindo Mario Fernandes, e um policial federal), conversavam em 2022 em um aplicativo de mensagens sobre o plano para matar o Lula, Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.

Segundo as investigações que respaldaram o aval de Moraes à operação policial de novembro passado, os suspeitos se conectavam pelo aplicativo Signal em um grupo nomeado Copa 2022. Cada um utilizava como codinome o nome de um país (Alemanha, Áustria, Brasil, Argentina, Japão e Gana), de forma a não serem identificados.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Ainda segundo a polícia, a ação ocorreria em 15 de dezembro de 2022, com o plano de prisão e assassinato contra autoridades. Já escrevi antes sobre isso e convém repetir. Como não houve a tentativa, não há crime a punir. O que existe e se comprova é que há oficiais superiores nas Forças Armadas com evidentes problemas mentais e que não são submetidos a tratamento. Esse general Fernandes precisa de internação e medicação de traja preta mais pesada do que a de Dilma Rousseff, porque ela não oferece perigo de vida, mas o general Fernandes é capaz de matar os outros, tem armas em casa e direito de portá-las. É mais perigoso do que Adélio Bispo e precisa ser enjaulado imediatamente. (C.N.)