quarta-feira, março 12, 2025

Saiba quem é o ex-chefe do DNOCS investigado em esquemas de corrupção

 Foto: Reprodução/Arquivo

Lucas Lobão12 de março de 2025 | 11:25

Saiba quem é o ex-chefe do DNOCS investigado em esquemas de corrupção

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Lucas Maciel Lobão Vieira, ex-coordenador do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) na Bahia, voltou a ser alvo da Polícia Federal (PF). Nome de peso no órgão durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, Lobão já esteve no centro de escândalos de corrupção envolvendo contratos públicos e desvios milionários. Investigado na Operação Overclean, ele agora aparece como o principal alvo da Operação Metafanismo, deflagrada nesta quarta-feira (12), que apura o desvio de máquinas e implementos agrícolas destinados à agricultura familiar. A reportagem é do “Metrópoles”.

O nomeação de Lobão foi patrocinada pelo vereador de Salvador Alexandre Aleluia (PL), de quem foi assessor na Câmara Municipal da capital baiana. Durante seu período à frente da coordenadoria estadual do DNOCS, Lobão ganhou influência política, gerenciando contratos milionários e atuando na execução de projetos financiados por emendas parlamentares.
O nome de Lucas Lobão veio a público nacionalmente em 2024, quando se tornou um dos alvos da Operação Overclean. A investigação da PF apontou que uma organização criminosa ligada ao DNOCS movimentou R$ 1,4 bilhão em contratos fraudulentos, sendo R$ 825 milhões apenas no último ano da operação. O esquema envolvia empresas de fachada que superfaturavam obras e serviços financiados por emendas parlamentares.

A Justiça determinou o bloqueio de R$ 162,4 milhões, além da apreensão de aeronaves, imóveis de luxo, barcos e veículos pertencentes aos envolvidos. No inquérito, Lucas Lobão foi descrito como um dos líderes da organização, atuando na intermediação de contratos entre o setor público e empresas privadas beneficiadas pelo esquema.

Contudo, antes mesmo da Overclean, a gestão de Lucas Lobão já havia sido marcada por denúncias. Em 2021, a Controladoria-Geral da União (CGU) apontou um sobrepreço de R$ 192 milhões na compra de 470 mil reservatórios de água de polietileno pelo DNOCS. O relatório identificou indícios de irregularidades graves e recomendou a suspensão do pregão eletrônico, que poderia gerar um prejuízo milionário aos cofres públicos.

Diante do escândalo, Lobão foi exonerado do cargo em 22 de setembro de 2021. Na época, apesar da pressão política, ele manteve influência nos bastidores, articulando contratos para empresas do setor de infraestrutura, como a Allpha Pavimentações, uma das envolvidas nos esquemas investigados pela PF.

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Mirelle Pinheiro/Metrópoles