sexta-feira, março 07, 2025

Petista que liberou R$ 478,3 milhões à ONG espanhola foi preso na Lava Jato

Publicado em 7 de março de 2025 por Tribuna da Internet

Valter Correia da Silva - Tudo Sobre - Estadão

Valter Correia foi preso em 2016 no golpe dos aposentados

Carlos Newton

Passado o Carnaval, a grande mídia insiste em tentar desconhecer o macroesquema de corrupção instalado no governo Lula 3. Porém, não adianta mais fingir que não está havendo nada, porque já viralizaram na internet todas as informações sobre o nebuloso contrato de R$ 478,3 milhões firmado pelo governo Lula com a chamada Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), uma ONG espanhola que está fechando um contrato atrás do outro com o governo federal, todos sem licitação e também sem justificativa.

A denúncia já foi formalmente encaminhada ao Tribunal de Contas da União por parlamentares da Oposição, com pedidos de suspensão do contrato principal, fechado diretamente no Palácio do Planalto.

A cada dia surgem informações complementares sobre a audaciosa e voraz ONG espanhola. Nesta quinta-feira, dia 6, a grande novidade foi a notícia de que o contrato de R$ 478,3 milhões foi assinado pelo petista Valter Correia da Silva, nomeado pelo ministro Rui Costa (Casa Civil) como secretário extraordinário para a COP-30.

NA LAVA JATO – Em 2016, Valter Correia foi preso na Operação Custo Brasil, junto com o ex-ministro Paulo Bernardo, então marido de Gleisi Hoffmann, e os ex-tesoureiros do PT João Vaccari Neto e Paulo Ferreira.

Foi a fase da Lava Jato que investigou esquema de R$ 100 milhões em propinas envolvendo a contratação pelo Ministério do Planejamento de uma empresa para fazer a gestão tecnológica de empréstimos consignados, e que acabou surripiando recursos diretamente da conta bancária de aposentados e pensionistas.

Valter Correia tem longo caminho dentro do PT e chegou a ser secretário de Gestão da Prefeitura de São Paulo, no mandato de Fernando Haddad.

PROVAS ANULADAS – Ligado a Vaccari Neto, o petista  Correia também ficou próximo de Paulo Bernardo, que abandonou a política após o escândalo, e de Miriam Belchior, hoje secretária-executiva da Casa Civil.

A Operação Custo Brasil acabou tendo as provas anuladas por Dias Toffoli, o atual secretário da COP30 não chegou a ser denunciado e segue com a ficha limpa.

Já foram protocoladas no TCU três representações contra a Casa Civil e a ONG espanhola. Uma delas, apresentada pelo deputado Kim Kataguiri (União-SP), pede a suspensão do contrato da OEI. A segunda foi encaminhada pelo líder da Oposição na Câmara, Luciano Zucco (PL-RS), e a terceira, pelo líder da Oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN).

SUBCONTRATAÇÕES – Na representação ao TCU, Marinho revela que o contrato, assinado em dezembro, tem por objeto a “cooperação entre as partes visando a preparação, organização e realização da COP30”, mas destaca que a OEI nada fará e apenas  subcontratará os serviços.

“Fazendo o cotejo do acordo de cooperação técnica internacional celebrado entre a Casa Civil e a OEI e o Edital de licitação no 11060/2025 – OEI- COP305, que prevê a contratação de 2 (duas) empresas especializadas para o planejamento, a organização e o fornecimento de bens e serviços para execução da 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), conclui-se que houve uma mera delegação da contratação de empresas pela OEI”, afirma.

Outra irregularidade foi o contrato sem licitação, que só poderia ser fechado “se as condições fossem favoráveis ao poder público”, na forma da lei.

DANÇA DAS CADEIRAS – Também chama atenção uma dança das cadeiras, na qual o executivo petista Leonardo Barchini deixou o comando da OEI para ocupar o cargo de secretário-executivo do Ministério da Educação, sendo substituído pelo advogado baiano Rodrigo Rossi, ligado ao chefe da Casa Civil, Rui Costa.

Foi justamente a partir de julho de 2024, com a entrada de Rossi na OEI e de Barchini no MEC que os contratos da OEI com o governo Lula deram um salto. O primeiro contrato, de R$ 35 milhões, foi fechado com o próprio MEC, tipo Piada do Ano.

De acordo com o portal da Transparência, apenas no segundo semestre de 2024 foram fechados seis acordos da OEI com o governo Lula: R$ 35 milhões com o MEC em 30 de agosto de 2024; R$ 10 milhões com a Secretaria de Micro e Pequena Empresas em 18 de outubro de 2024; R$ 8,1 milhões em 10 de dezembro de 2024 com a Presidência da República; R$ 478,3 milhões da COP30 com a Casa Civil, em 12 de dezembro de 2024; R$ 15 milhões com a Secretaria de Micro e Pequena Empresas no dia 17 de dezembro de 2024;   e R$ 15,7 milhões (Receita Federal) com a Secop no dia 23 de dezembro de 2024.”

###
P.S.
 – Justamente num momento de crise econômica, com crescente déficit primário e dificuldades de cortar gastos, o governo Lula decidiu terceirizar diversas obrigações suas, transferindo-as para a sinistra ONG espanhola. A tal OEI já tinha sido beneficiada antes, como coorganizadora da reunião do G20 Social no Rio de Janeiro, evento apelidado de Janjapalooza por causa da agenda de shows com artistas que defendem o governo e por isso se tornaram amigos da mulher de Lula(C.N.)