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Deputado do Centrão assuma a liderança do governo na Câmara
Pedro do Coutto
A ministra Gleisi Hoffmann ficou encarregada de articular uma frente parlamentar capaz de dar sequência aos esforços do governo em recuperar terrenos perdidos. Escolhida pelo presidente para a Secretaria de Relações Institucionais, Hoffmann articula para que um deputado de um partido de centro assuma a liderança do governo na Câmara. A indicação seria uma forma de contrabalancear a própria definição do nome da deputada para comandar a articulação política no Planalto.
Em conversa com o presidente Lula, Gleisi e Alexandre Padilha, que deixará a pasta de Relações Institucionais para assumir a Saúde, defenderam que um deputado de um partido aliado assuma a liderança do governo. Lula ainda questionou se um petista não poderia ocupar o posto. Gleisi e Padilha responderam que seria melhor escalar um parlamentar de outra sigla para facilitar a relação com a Câmara.
INSTATISFAÇÃO – Frente à insatisfação que a escolha de Gleisi para a articulação política gerou em parte do meio político, restam dúvidas se os deputados de outros partidos aceitariam assumir o cargo. A liderança do governo pode ser entendida como um prêmio de consolação após a opção de Lula pela petista.
É preciso ver o que causou a perda de espaço pelo governo Lula nos últimos tempos. Faz-se necessária uma análise com muita objetividade, caso contrário pode-se estar jogando esforços sobre um campo vazio. A queda de popularidade do presidente Lula da Silva tem causas e nada acontece sem motivos na política.
TOMA LÁ, DÁ CÁ – Gleisy precisa ter nas mãos objetos concretos para articular politicamente. Por outro lado, não parece adequada a própria articulação, ou seja, a simpatia em troca de simpatia. O governo terá que oferecer algo a todas as correntes que dele se afastaram. É questão de tempo e agilidade por parte de Gleisi Hoffmann.
Enquanto isso, é preciso que existam esforços do governo para recuperar o tempo perdido. Não será uma tarefa fácil, pois ele está diante de um cenário de gravidade. A descida é sempre mais acentuada do que a subida. É preciso que o governo tenha em mente que precisa fazer um levantamento sobre a sua própria atuação e os pontos nos quais mais fracassou. Para recuperação é preciso ações efetivas e um alinhamento em torno de si próprio para atuar nos efeitos. Por enquanto, não há sequer uma diagnóstico.