sexta-feira, março 14, 2025

Caiado testa sua candidatura no espaço eleitoral ainda liderado por Bolsonaro


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Se Lima não aceitar ser vice, derruba a candidatura de Caiado

Dora Kramer
Folha

O lançamento do nome de Ronaldo Caiado (União) como postulante à Presidência não significa que o governador de Goiás será mesmo candidato quando chegar a hora de a onça beber água, em meados de 2026.

Por enquanto é só uma hipótese, inclusive porque Caiado está inelegível por decisão judicial de primeira instância, à qual cabe recurso. Mas o ato marcado para o próximo dia 4 de abril quer dizer que a direita põe o bloco na rua e começa a testar suas possibilidades.

DA MESMA BASE – O governador é apenas um dentre os vários pretendentes do campo ainda liderado por Jair Bolsonaro (PL) —com quem tem divergências explícitas, o que facilita o movimento.

Pode falar abertamente da candidatura sem prejudicar a estratégia de outros aspirantes que por ora ficam na muda para evitar que o vingativo capitão lhes incinere as pretensões na largada, criando problemas com o ambicionado eleitorado.

Embora não seja um desconhecido —é governador reeleito, foi candidato a presidente em 1989, deputado constituinte e senador—, Caiado precisa sair das fronteiras de Goiás, onde conta com o importante ativo de 86% de aprovação popular, beirando os 87% de Lula (PT) no fim do segundo mandato.

PROJEÇÃO NACIONAL – A fim de levar adiante o plano de projeção nacional, junta-se a um artista, Gusttavo Lima, conhecido no país todo e um atrativo poderoso de simpatias. Pouco importa se o cantor comporá ou não uma chapa, como vice ou candidato ao Senado, pois a ideia imediata é a de promover expansão territorial. Não por acaso, o ato de abril será na Bahia, maior colégio eleitoral do Nordeste.

Nessa empreitada, Ronaldo Caiado também cumpre o papel de normalizar a existência de candidaturas de direita que não a de Bolsonaro, contribuindo para enfraquecer a fantasiosa versão de que o ex-presidente é e será o representante desse campo em 2026.

Além de inelegível por decisão de tribunal superior e pendurado na esperança de uma improvável anistia, se for condenado pelo STF antes da próxima eleição, Bolsonaro estará definitivamente fora desse jogo.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O plano de Caiado dificilmente dará certo, se Gusttavo Lima não se filiar logo ao União e aceitar ser vice, porque nas pesquisas seu nome aparecerá sempre à frente de Caiado, já que o cantor também se declara candidato a presidente. Como dizia o Chacrinha, os candidatos/amigos Caiado e Lima vieram apenas para “confundir”.  (C.N.)