quinta-feira, fevereiro 13, 2025

Justiça manda Carla Zambelli remover posts com acusações a jornalista Vera Magalhães

 Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados/Arquivo

A deputada federal Carla Zambelli (PL)12 de fevereiro de 2025 | 18:15

Justiça manda Carla Zambelli remover posts com acusações a jornalista Vera Magalhães

brasil

A Justiça de São Paulo mandou a deputada federal Carla Zambelli (PL) remover conteúdo de suas redes sociais com referência à jornalista Vera Magalhães, apresentadora do programa Roda Viva, da TV Cultura.

Para o juiz Paulo Rogério Santos Pinheiro, da 43ª Vara Cível, a deputada bolsonarista disseminou informações falsas e ofensivas sobre a jornalista. Cabe recurso.

Em 2022, Zambelli compartilhou falas do então presidente Jair Bolsonaro (PL) de que Vera seria “uma vergonha para o jornalismo” e que tinha paixão por ele.

A deputada, ainda, afirmou que a jornalista agiu como uma “pessoa sexista, machista, cristofóbica e de forma indireta, apoiando estupro e pedofilia” em reação a uma declaração da ex-ministra Damares Alves, que disse ter sofrido abuso sexual em sua infância.

A jornalista diz ter se retratado com Damares, hoje senadora, assim que soube que ela fora vítima de violência.

Na ação, Zambelli disse que possuía imunidade parlamentar “com inviolabilidade por opiniões, palavras e votos” e que não houve ato ilícito em razão da liberdade de expressão.

O juiz entendeu que políticos e jornalistas renomados estão sujeitos a críticas. No entanto, assinalou que não há espaços para informações falsas.

“As fake news disseminam desinformação, fomentam o ódio e violam o direito da comunidade à informação confiável e segura”, escreveu o magistrado.

Pinheiro, porém, aceitou a imunidade parlamentar da deputada para negar o pedido de condenação por danos morais.

Defensores da jornalista, os advogados Igor Sant’Anna Tamasauskas e Beatriz Canotilho Logarezzi consideram que “a sentença faz uma análise correta sobre as publicações falsas da deputada, mas é contraditória ao citar a suposta existência de imunidade parlamentar”.

Com isso, eles pretendem recorrer ao Tribunal de Justiça para que reconheça o pedido de indenização por danos morais. “A imunidade parlamentar não protege atitudes desonestas”.

Procurada, Zambelli não se manifestou até a publicação deste texto.

Fábio Zanini/Folhapress