quarta-feira, fevereiro 05, 2025

Homens são 63% dos aprovados no CNU, e ministra diz que vai estudar razões da disparidade

 Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Arquivo

A ministra Esther Dweck (Gestão e Inovação)04 de fevereiro de 2025 | 22:02

Homens são 63% dos aprovados no CNU, e ministra diz que vai estudar razões da disparidade

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O CNU (Concurso Nacional Unificado) registrou um número maior de homens aprovados do que de mulheres, e a ministra Esther Dweck (Gestão e Inovação) disse que a pasta vai estudar as razões da disparidade e se houve queda na participação feminina na comparação com outros concursos públicos.

De acordo com dados divulgados pela pasta nesta terça-feira (4), 63% dos aprovados no concurso são homens, contra 37% de mulheres. No ano passado, a ministra havia informado que 56% dos inscritos eram do público feminino e 44%, do masculino.

O bloco temático 2 (Tecnologia, Dados e Informação) foi o que apresentou maior disparidade de gênero nos resultados, com 91,6% sendo homens. Mulheres foram maioria apenas no bloco 5 (Educação, Saúde, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos), onde representam 60,3% dos aprovados.

Na manhã desta terça, a pasta divulgou os resultados finais do concurso, mesmo após o MPF (Ministério Público Federal) recomendar o adiamento da divulgação dos resultados, devido a irregularidades na avaliação de candidatos autodeclarados negros.

O caso gerou expectativa de que poderia haver atraso na divulgação dos resultados, o que não aconteceu.

Inicialmente, as aprovações deveriam ter sido divulgadas no dia 21 de novembro, mas a liberação foi suspensa após a inclusão de 32.260 candidatos.

Apesar dos episódios de recursos negados e indeferimentos de candidaturas, o percentual de negros e indígenas que passaram para os cargos públicos foi de 33%, superior ao piso exigido por lei.

Isso ocorreu devido à quantidade de candidatos desses grupos que ingressaram pela categoria da ampla concorrência —ou seja, sem o uso das cotas.

Entre os aprovados, 70% das pessoas têm entre 25 e 40 anos. Dentro deste público, o maior índice de aprovação está concentrado nas pessoas de 30 a 35 anos.

Durante a tarde, Dweck concedeu entrevista coletiva para comentar os resultados. Na sequência, houve uma transmissão apenas com técnicos que responderam dúvidas enviadas por candidatos.

Em nenhum momento a pasta comentou a situação dos candidatos que acionaram o MPF contra os possíveis erros das bancas de heteroidentificação.

O balanço da prova mostra que foram aprovados candidatos de todos os 26 estados e o Distrito Federal. Desses, a maioria está na região Sudeste, que concentrou 32,9% das aprovações.

Do total, 78% dos aprovados foram selecionados para uma de suas três primeiras opções de cargos.

O CNU teve um único aprovado com 17 anos. Neste caso, é necessário que se complete 18 anos até a data da posse no cargo, para que possa de fato ocupar a posição a qual aplicou.

Os candidatos podem conferir se foram aprovados no site da Cesgranrio, banca responsável pela seleção.

Durante a entrevista, a ministra afirmou que em breve haverá divulgação de mais uma edição do exame e comentou a questão orçamentária necessária para realização do próximo CNU.

“Estamos dialogando com o Congresso as alterações da LOA (Lei Orçamentária Anual) por conta das medidas fiscais que foram aprovadas no final do ano. Uma delas envolvia uma redução de R$ 1 bilhão na área de provimentos e concursos”, disse Esther.

Os resultados finais estão disponíveis para aqueles que participaram do bloco 8 da prova, de nível intermediário, enquanto aqueles que participaram dos blocos 1 a 7 podem conferir a primeira lista de classificação.

Mariana Brasil/FolhapressPoliticaLivre