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Donald Trump e Elon Musk durante entrevista à Fox News18 de fevereiro de 2025 | 17:45A emissora americana Fox News irá transmitir a primeira entrevista conjunta de Donald Trump e Elon Musk nesta terça à noite (18), às 23h (horário de Brasília).
A rede e o próprio Musk divulgaram trechos da conversa. Em um deles, o bilionário afirma ter vivenciado situações em que pessoas próximas ficavam irracionais quando o nome de Trump era mencionado em conversas.
“Mencionei o nome do presidente e foi como se eles tivessem sido atingidos por um dardo na jugular que continha algo como metanfetamina e raiva,” disse Musk, referindo-se a um jantar com amigos anterior à eleição de Trump e fazendo uma imitação do que parece ser um zumbi.
Os dois foram perguntados ainda sobre Musk estar sendo chamado de presidente, em razão dos poderes de revisão do governo federal atribuídos ao Doge (Departamento de Eficiência Governamental), órgão que Musk promove e lidera, embora a Casa Branca tenha dito nesta segunda-feira (17) que esse não é o caso e que o bilionário é apenas um conselheiro do governo.
“Vocês dois estão cientes de que a mídia, os comentaristas […] atacaram vocês com tudo. Eles querem um divórcio, querem que vocês comecem a se odiar. A [questão de usar o termo] presidente Elon Musk, por exemplo”, pergunta o entrevistador, Sean Hannity, em um dos trechos divulgados.
“Na verdade, Elon me ligou, ‘sabe que eles estão tentando nos distanciar’. Eu disse, absolutamente”, afirmou Trump.
“É tão óbvio. Eles são tão ruins nisso. Eu achava que eles eram bons nisso, mas eles são ruins. Se eles fossem bons eu nunca seria presidente. Eu acho que ninguém na história teve publicidade mais negativa do que eu. […] Mas sabe o que aprendi? As pessoas são espertas. Elas entendem. Elas, de verdade, veem o que está acontecendo”, disse o republicano.
O Doge varreu as agências federais desde que Trump começou seu segundo mandato, em janeiro, e colocou Musk como encarregado de “eliminar gastos desnecessários” em uma reforma de governo que incluiu milhares de cortes no funcionalismo.
Criado por decreto presidencial de Trump assinado em 20 de janeiro, dia de sua posse, o Doge tem como missão “modernizar a tecnologia e o software federais para maximizar a eficiência e a produtividade do governo”, segundo o texto da norma.
Desde a sua criação, o bilionário parecia iniciar todas as ações do Doge, cujo nome soa como referência a Dogecoin, uma criptomoeda querida por Musk e da qual ele é um grande promotor. Em 12 de novembro, dois meses antes de sua posse, Trump declarou que “o grande Elon Musk, juntamente com o patriota americano Vivek Ramaswamy, liderará o Departamento de Eficiência Governamental”.
Trump e Musk chegaram a afirmar que descobriram fraudes que justificariam os cortes na máquina pública, mas sem apresentar evidências.
Em vez disso, ambos frequentemente apontam para programas que supostamente causam desperdício, apesar de terem suas despesas autorizadas pelo Congresso. Eles também têm citado questões que são conhecidas há anos, agindo como se tivessem acabado de descobri-las.
Os amplos poderes aparentes de Musk obrigaram a Casa Branca a afirmar que o bilionário não tem autoridade para tomar decisões.
De acordo com documento judicial assinado por Joshua Fisher, diretor do Escritório de Administração da Casa Branca, Musk só pode aconselhar Trump e comunicar as diretrizes do presidente.
“Assim como outros conselheiros seniores da Casa Branca, o sr. Musk não tem autoridade real ou formal para tomar decisões de governo por si mesmo”.
Folhapress