![](https://www.swissinfo.ch/content/wp-content/uploads/sites/13/2025/02/f32a921dbd1e503ee5d08abe882f76bd-88861283.jpg?crop=1px,0px,1022px,682px&w=880&ver=40815e26)
Ministro afirma que medidas unilaterais são contraproducentes
Pedro do Coutto
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que o Brasil não tem intenções de entrar “numa guerra comercial” com os Estados Unidos, apesar das tarifas norte-americanas às importações de alumínio e aço.
“O Brasil não estimula e não entrará em nenhuma guerra comercial, somos sempre a favor do fortalecimento do livre comércio“, disse. Com 4,08 milhões de toneladas de aço exportadas para os Estados Unidos em 2024, o Brasil é o segundo maior fornecedor norte-americano, a seguir ao Canadá.
DISCUSSÃO – Questionado sobre um possível aumento de impostos sobre os produtos norte-americanos como forma de retaliação, Padilha respondeu que “o governo não teve qualquer discussão sobre o assunto. O Presidente Lula sempre disse claramente: ‘a guerra comercial não faz bem a ninguém’”, apontou. No final de janeiro, porém, o presidente Lula da Silva tinha dito: “É muito simples: se ele [Donald Trump] taxar os produtos brasileiros, haverá reciprocidade na taxação dos produtos que são exportados dos Estados Unidos”.
Após o anúncio das tarifas, o ministro Fernando Haddad disse que medidas unilaterais deste tipo eram contraproducentes para a melhoria da economia global. Haddad, no entanto, disse à imprensa que o aumento das tarifas aduaneiras “não é uma decisão contra o Brasil”, mas uma medida que se aplica a “todo o mundo”, e que Brasília acompanha as reações das outras capitais enquanto faz uma avaliação da posição a adotar.
PREOCUPAÇÃO – As empresas brasileiras, por sua vez, manifestaram preocupação e pediram que se encontrasse um ponto em comum. “Lamentamos esta decisão e vamos agir procurando o diálogo para mostrar que há formas de a reverter”, afirmou a Confederação Nacional da Indústria, em comunicado.
O forte aumento das tarifas alfandegárias para o aço e também para o alumínio “pode afetar significativamente as exportações brasileiras nestes setores”, reagiu a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham), na terça-feira. “A Amcham espera que os governos do Brasil e dos Estados Unidos procurem uma solução negociada para preservar o comércio bilateral, que tem batido recordes nos últimos anos”, acrescentou.
Os próximos passos serão decisivos para ver se o Brasil e os Estados Unidos encontrarão um equilíbrio necessário capaz de evitar uma concorrência predatória que, uma vez colocada em prática, levaria a um aumento de preços que não beneficiaria ninguém.