Assistindo à entrevista do vereador Antonio Chaves em resposta às acusações proferidas pelo ex-prefeito Deri do Paloma, concentro-me nos temas relacionados aos transportes e aos refletores do Estádio João Isaias Montalvão. As declarações levantam questões graves sobre gestão pública, fiscalização e omissão.
Transportes: Pneus e Motores Desaparecidos
O desaparecimento de pneus e motores de veículos da prefeitura não é apenas um problema administrativo, mas uma possível irregularidade que exige investigação rigorosa. A solução parece simples: registrar um Boletim de Ocorrência (B.O.) e solicitar que o delegado instaure um inquérito policial. Ao intimar o chefe da garagem e o secretário responsável pelo setor de transportes, as informações viriam à tona rapidamente. No entanto, a falta de ação efetiva por parte da gestão anterior e da própria Câmara de Vereadores demonstra um desinteresse em resolver questões que envolvem recursos públicos.
A apuração desses fatos não só traria respostas, mas também daria um exemplo de como a transparência e a responsabilidade são fundamentais para a administração pública.
Refletores do Estádio João Isaias Montalvão: Um Caso de Omissão
A questão dos refletores do estádio é emblemática de como a falta de fiscalização pode agravar conflitos políticos e prejudicar a imagem de quem é alvo de acusações. Segundo o vereador Chaves, os transtornos enfrentados decorrem de uma armação com motivações políticas, supostamente arquitetada como retaliação.
Nesse cenário, a omissão da Câmara de Vereadores é evidente. Se, no início do burburinho levantado por Deri do Paloma, os vereadores tivessem cumprido seu papel de fiscalizar, instaurando uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os fatos, o desfecho poderia ter sido diferente. A CPI teria permitido identificar rapidamente os responsáveis e esclarecer se houve ou não irregularidades.
O prejuízo da omissão é duplo: por um lado, mantém-se a dúvida sobre a utilização dos recursos públicos; por outro, cria-se um ambiente de insegurança e desconfiança entre os agentes políticos e a população.
O Papel da Câmara e a Responsabilidade com o Dinheiro Público
O caso dos refletores e dos transportes é um exemplo claro de como a falta de ação da Câmara prejudica não apenas o vereador Chaves, mas toda a comunidade de Jeremoabo. A fiscalização é um dever essencial dos parlamentares, e sua negligência compromete a transparência, enfraquece a confiança no Legislativo e abre espaço para a perpetuação de irregularidades.
Quando se trata de dinheiro público, a omissão é inaceitável. É preciso que os vereadores assumam suas responsabilidades e investiguem com seriedade qualquer denúncia, independentemente de motivações políticas. Somente assim será possível garantir que os recursos públicos sejam utilizados de forma ética e transparente, além de proteger aqueles que são alvos de acusações infundadas.
Em suma, o caso reflete a importância de uma gestão pública comprometida com a verdade e com o bem-estar da população. A omissão não é apenas prejudicial, mas um convite à repetição de erros que comprometem o futuro de Jeremoabo.