O ex-prefeito de Jeremoabo, Deri do Paloma, em uma de suas recentes entrevistas, afirmou que os visitantes e a população local sentirão falta do São João promovido durante sua gestão. Ele chegou a desafiar o atual prefeito a “copiar o que Deri fez” no evento. Contudo, essa declaração levanta questões importantes: quais foram os reais benefícios que os festejos juninos trouxeram para Jeremoabo em áreas cruciais como saúde, educação, infraestrutura e geração de empregos?
A realidade é que, enquanto recursos públicos eram direcionados para festas com cantores de cachês exorbitantes, a população ribeirinha sofria com os efeitos da seca. Famílias inteiras foram abandonadas à própria sorte, sem o apoio necessário para enfrentar as consequências de uma estiagem severa. Ao priorizar o entretenimento em detrimento das necessidades básicas da população, a gestão de Deri demonstrou um claro descompasso entre as demandas do povo e as ações do governo.
Outro ponto polêmico da entrevista foi o desafio lançado ao atual gestor para “copiar” o São João de sua gestão. Mais do que uma provocação, a declaração beira o absurdo, considerando episódios que marcaram os festejos juninos sob o comando de Deri. Um exemplo foi sua performance no palco, onde buscou autopromoção às custas do dinheiro público. Comportamentos como esse não apenas são eticamente questionáveis, mas também configuram improbidade administrativa, transformando o que deveria ser uma celebração cultural em um espetáculo de autoengrandecimento.
A cena do ex-prefeito “dançando” no palco ficou marcada não como um momento de diversão, mas como um exemplo de desrespeito ao uso dos recursos públicos. A postura de Deri se assemelha à de um “rei da cocada preta”, em que a vaidade pessoal sobrepõe-se às responsabilidades administrativas. Se o médico fictício Simão Bacamarte, de Machado de Assis, estivesse presente, talvez encontrasse material suficiente para novos estudos sobre a psique humana em cargos de poder.
Por fim, é necessário refletir sobre o verdadeiro legado de eventos como o São João. Festas populares são importantes para a cultura e a economia local, mas precisam ser conduzidas com responsabilidade e planejamento. Em vez de priorizar o entretenimento em detrimento de áreas essenciais, uma gestão comprometida deve buscar um equilíbrio que beneficie toda a população, especialmente os mais vulneráveis.