Paulo Afonso - Bahia - 05/12/2024
Me engana que eu gosto!
Bob CharlesÉ muito difícil escrever, fotografar, falar ao cidadão que as tais “emendas parlamentares” são recursos do próprio povo. Outro dia aqui em Paulo Afonso, teve um vereador que entregou um trator a certa comunidade rural. Na sua fala, a impressão que se tinha era de que ele havia tirado dinheiro do próprio bolso. O deputado federal Mário Negromonte Júnior (PP), usa o mesmo artifício.
Rico
É impossível responsabilizar um município como Paulo Afonso pela pobreza; até porque o município não é pobre de Marré Deci. É um conjunto de fatores que envolve concentração de renda, altos salários, começando pela Câmara Municipal e a prefeitura, obras desnecessárias, elefantes brancos e outras mazelas sociais.
Nota da redação deste Blog - Quando o Povo Não é Esclarecido é Enganado por Deputado, Prefeito e Vereador
Em muitos municípios brasileiros, ainda persiste a prática de políticos que, ao invés de esclarecer a população sobre seus direitos e o funcionamento dos recursos públicos, preferem perpetuar uma estratégia de manipulação e engano. Essa tática, frequentemente observada em gestões municipais e estaduais, envolve principalmente o uso das chamadas emendas parlamentares como instrumento de promoção pessoal.
Um exemplo recente ocorreu em Paulo Afonso, onde um vereador entregou um trator a uma comunidade rural. A maneira como o discurso foi conduzido dava a entender que aquele benefício havia saído do bolso do parlamentar. A mesma estratégia é frequentemente usada por deputados como Mário Negromonte Júnior (PP), que apresenta recursos obtidos por meio de emendas parlamentares como se fossem fruto de generosidade pessoal, e não provenientes dos impostos pagos pela população.
O que são as Emendas Parlamentares?
As emendas parlamentares são recursos públicos que deputados e senadores destinam a projetos em suas bases eleitorais. Elas são previstas no orçamento da União e representam uma forma de descentralizar investimentos, atendendo demandas locais específicas. Apesar de legítimas, muitas vezes essas emendas são usadas como ferramentas políticas, fortalecendo o vínculo eleitoral entre o parlamentar e a comunidade.
O grande problema surge quando políticos aproveitam a desinformação do povo para transformar uma obrigação em favor pessoal. Ao invés de educar a população sobre a origem dos recursos, usam tais ações para construir uma falsa imagem de benfeitores. Isso não só perpetua o assistencialismo, mas também reforça a dependência política de comunidades menos esclarecidas.
O Papel do Prefeito e do Vereador no Engano
Essa prática não é exclusividade de deputados. Prefeitos e vereadores também utilizam recursos públicos para obter prestígio. Eles promovem eventos, fazem entregas de bens e serviços, sempre com um discurso voltado para exaltar seu papel como doadores, quando na verdade apenas administram o dinheiro que já pertence ao povo.
Vereadores, que deveriam fiscalizar o Executivo e propor leis, muitas vezes se limitam a reproduzir o assistencialismo. Com isso, não cumprem sua função de garantir transparência, preferindo agir como mediadores entre as comunidades e os benefícios que já são de direito.
Como Mudar Essa Realidade?
A mudança passa pela educação política da população. É preciso esclarecer que:
- O dinheiro usado em obras, projetos ou benefícios sociais é fruto dos impostos pagos por todos os cidadãos;
- A função de deputados, prefeitos e vereadores é gerir e destinar recursos com transparência, não agir como mecenas;
- O cidadão tem o direito e o dever de exigir prestação de contas e questionar a aplicação de recursos.
Além disso, é necessário fortalecer o papel da imprensa e das organizações da sociedade civil na fiscalização do poder público. Apenas com informação clara e acessível será possível romper o ciclo de manipulação que ainda impera em muitos municípios.
Conclusão
Enquanto o povo não tiver plena consciência de seus direitos e da origem dos recursos públicos, políticos continuarão a usar a ignorância como estratégia para se perpetuarem no poder. Combater essa prática é um desafio coletivo, que exige coragem para denunciar, educar e fiscalizar. Só assim construiremos uma sociedade mais justa, onde a política seja, de fato, um instrumento de transformação social, e não um palco para enganações.