A gestão de Deri do Paloma em Jeremoabo tem sido marcada por uma série de denúncias de irregularidades, algumas já amplamente discutidas nas redes sociais e plataformas como o YouTube. No entanto, o que mantém essas práticas recorrentes não é apenas a má administração, mas também o ambiente de omissão e prevaricação por parte do Legislativo municipal.
Os vereadores, cuja principal função deveria ser fiscalizar o Executivo, criar leis e atuar em defesa da coletividade, muitas vezes limitam-se a uma postura complacente, seletiva ou até mesmo conivente com os desmandos. Denúncias surgem, mas a fiscalização efetiva e as cobranças judiciais raramente acontecem.
O Caso das Quentinas: Um Escândalo Milionário Ignorado
Um exemplo gritante é o episódio conhecido como "escândalo das quentinas". Durante os festejos juninos, foi denunciado que a prefeitura pagou mais de R$ 1 milhão em quentinhas. Apesar da gravidade e da evidência pública da denúncia, surge a pergunta: os vereadores fiscalizaram e denunciaram o caso ao Ministério Público ou à Justiça?
A resposta, embora desalentadora, parece ser um categórico não. A ausência de qualquer movimentação significativa para investigar ou questionar os gastos aponta para a falha de um sistema que deveria atuar como um contrapeso.
A Impunidade como Combustível para os Desmandos
A omissão dos vereadores permite que o prefeito continue praticando atos que atentam contra o patrimônio público. Esse ambiente de impunidade alimenta a continuidade de práticas como desvios de verbas, superfaturamento e contratos suspeitos.
Curiosamente, os poucos momentos em que Deri do Paloma encontrou barreiras foram quando ele contrariou interesses específicos. Os exemplos mais notáveis incluem a rescisão do contrato dos amarelinhos e da empresa de coleta de lixo, o que gerou atritos com figuras e grupos influentes. Essas decisões abriram brechas para ações judiciais e investigações que o prefeito agora enfrenta.
A Responsabilidade do Legislativo
É evidente que Deri do Paloma não seria capaz de operar com tamanha liberdade sem a omissão do Legislativo. Os vereadores, seja por interesses próprios, seja por falta de compromisso com o mandato que exercem, falham em exercer seu papel constitucional.
A pergunta que fica para a população de Jeremoabo é: até quando o município suportará tamanha negligência? A mudança exige não só uma renovação de atitudes no Executivo, mas também uma reformulação completa no Legislativo, com representantes que entendam que seu papel vai muito além do assistencialismo.
Enquanto isso não acontece, a cidade segue refém de um ciclo de impunidade que só será quebrado com a pressão popular e a ação efetiva de órgãos fiscalizadores independentes. É preciso cobrar transparência, exigir resultados e, principalmente, lembrar que omissão também é corrupção.