sábado, outubro 05, 2024

Matéria: Quando o desespero político faz com que a campanha extrapole os limites

 Quando o desespero político faz com que a campanha extrapole os limites

Nos momentos finais de uma campanha eleitoral, é comum observar um fenômeno recorrente: o desespero toma conta de alguns candidatos. A disputa acirrada, a proximidade das eleições e o medo de perder terreno fazem com que certas atitudes ultrapassem os limites aceitáveis. Este comportamento é similar ao de alguém que, ao se afogar, agarra qualquer coisa ao alcance, mesmo que não faça sentido ou seja moralmente questionável.

Em Jeremoabo, um recente episódio chamou atenção pela repercussão que tomou. Políticos envolvidos em atos de violência e repúdio estão recorrendo a ações judiciais e notas públicas em uma tentativa de reverter a imagem prejudicada. De acordo com o site Gazeta do Povo, “parece que virou moda jogar ovos em políticos”, referindo-se à crescente onda de agressões simbólicas e físicas que vêm ocorrendo.

A judicialização da campanha: apelação ou defesa legítima?

Em resposta a tais agressões, alguns candidatos alegam que ingressarão com ações na Justiça, muitas vezes por injúria. Segundo o professor Lebre, a injúria seria a figura jurídica mais apropriada, já que o objetivo desses ataques é macular a honra dos envolvidos. “A intenção é atingir a autoimagem do político, que é algo subjetivo”, explica ele. No entanto, ele pondera que há exageros nas tentativas de caracterizar certas situações como lesão corporal, uma vez que o foco das ações estaria mais em ferir simbolicamente do que fisicamente.

Ainda assim, em uma campanha cheia de altos e baixos, esses episódios de violência física ou simbólica tendem a ser explorados por todas as partes, principalmente quando a intenção é mobilizar a opinião pública.

Violência como estratégia eleitoral?

Vale refletir: qual foi a nota de repúdio emitida quando uma senhora foi atropelada deliberadamente por alguém numa caminhonete, conforme o boletim de ocorrência anexo? Por que certos casos de violência, como o soco no rosto recebido pelo candidato a vereador Zominho, não receberam a mesma atenção? A seletividade no tratamento desses episódios revela muito sobre os interesses por trás das narrativas que se constroem durante uma campanha.

A violência, seja ela física ou simbólica, não deveria ser uma ferramenta de convencimento eleitoral. O próprio envio de vídeos e outros materiais sensacionalistas, como o que circulou recentemente em Jeremoabo, reforça a indignação de parte da população, que sente que a política local tem sido conduzida por práticas antidemocráticas e pouco éticas.

A sabedoria de Voltaire e o poder do voto consciente

Em tempos turbulentos como os de uma eleição, a reflexão é essencial. A famosa frase de Voltaire, “É difícil libertar os tolos das correntes que eles veneram”, publicada no site JLPolítica, parece ilustrar bem o cenário atual. Muitas vezes, as pessoas se mantêm fiéis a líderes e correntes de pensamento que, na verdade, as aprisionam.

O antídoto, como propõe o autor, está na reflexão crítica. No dia da eleição, ao acordar, faça do seu primeiro pensamento o “Carpe Diem”, a expressão latina que nos convida a aproveitar o dia e tomar as melhores decisões. Ao chegar à urna, lembre-se das palavras de Noel Rosa: “fecha a porta da direita, com muito cuidado”. Um voto consciente pode ser o verdadeiro remédio para curar as feridas de uma política que, em muitas ocasiões, perdeu o respeito pela democracia.(Rômulo Rodrigues)

Conclusão: Eleições e o futuro democrático

A democracia deve ser o verdadeiro norte de qualquer campanha eleitoral. Quando os interesses pessoais e familiares se sobrepõem ao bem comum, quando as ações se tornam desesperadas e a violência – física ou verbal – toma conta, é um sinal claro de que algo está profundamente errado. O eleitor tem o poder de corrigir essa rota, escolhendo representantes que, de fato, honrem os princípios democráticos e lutem pela liberdade e pela justiça.

Neste domingo, o futuro de Jeremoabo e de tantas outras cidades estará nas mãos dos eleitores. Que a decisão seja sábia, baseada em princípios e no desejo de um futuro melhor.










Pense bem eleitor, tem violência pior do que essa? Além 
de violência, desrespeito, perversidade e desumanidade.