segunda-feira, abril 08, 2024

DAR ÀS MÃOS AO INVÉS DE CULPAR

 Vídeo Divulgação


DAR ÀS MÃOS AO INVÉS DE CULPAR.


Inadmissível culpar a natureza pelos danos causados aos produtores rurais das margens do Rio Vasa Barris, isto é fato, a natureza não agrediu ninguém, apenas reivindicou o que já lhe pertencia. Por outro lado, o município é corresponsável pelos danos causados aos produtores, ao considerarmos que em nenhum momento foi capaz de fazer uso da sua Secretaria de Agricultura, para alertar sobre os riscos de ocupação desordenada das margens do rio, já que há uma série histórica destas cheias e a magnitude do seu alcance, restando agora lamentar-se e enxugar as lágrimas. A causa é conhecida e o efeito da omissão poderá ser medido pelos danos causados, só que neste momento não bastam indicadores da proporção danosa, mas o que será feito para evitar novas ocorrências no futuro, mitigando os efeitos devastadores para alguns, pois acredito que alguns não serão capazes de recuperar o que perderam, não por ausência de resiliência, mas em razão dos bens perdidos em um momento de crise nacional, onde o desemprego aumenta e lojas fecham em quantidade assustadora. Espera-se que as autoridades do município elaborem um Plano de Ação com foco na situação emergencial do momento, pois acredito que independente de quanto cada um tenha, o prejuízo sofrido é proporcional aos seus bens, e mesmo que os de melhores posses tenham maior poder de resiliência, as perdas sofridas deixarão marcas profundas, ao considerarmos que o retorno às atividades pode levar ano, pois não basta que as águas retornem ao seu leito normal, toda infraestrutura tem que ser refeita, sendo que neste ponto, os de menor posse terão mais dificuldades, sem contar que: a fonte de receita da maioria cessou por completo, podendo chegar ao ponto de necessitarem receber uma cesta básica para sobrevivência, inclusive, problemas de saúde que poderão surgir em razão de resíduos de efluentes sanitários domésticos e hospitalares de cidades a montante das áreas afetadas.

Um fato me chama a atenção: como o poder público municipal e estadual irá conduzir os trabalhos voltados para a mitigação dos problemas da cheia do Rio Vasa Barris, levando-se em conta que estamos em um ano eleitoral e os ânimos estão focados na conquista de eleitores, em um município com área territorial de

4.267 km², mesmo tendo perdido muitas áreas para municípios vizinhos, após o senso de 2000. Vale ainda lembrar que o município possui mais de 90 comunidades na zona rural, que partindo da sede do município, em sentido Norte, pode chegar

aos 40 Km, o mesmos o correndo no sentido Sul, enquanto que a Leste pode variar entre 35 e 40 Km, mas pode4 ser superior aos 120 Km a Oeste. Esta realidade do município tenderá a prejudicar a companha política de alguns ou, por outro lado,

contribuir para que façam vista grossa com as comunidades afetadas pela cheia do Rio Vasa Barris.

Esperados que os nossos políticos levantem a bandeira branca da paz, esqueçam suas picuinhas políticas partidárias e se unam em prol daqueles que hoje sofrem com os efeitos da citada cheia, e que no momento só tem como consolo, esperar a voa vontade dos Poderes Constituídos e respectivos políticos.

Usar o entendimento do NEPM (Não É Problema Meu) é ser omisso e fugir do cotidiano do entorno social, pois o fogo que hoje queima a casa do vizinho, amanhã poderá estar queimando a nossa casa, vamos sair da zona de conforto ou nos tornaremos omissos e inoperantes, estruturando ambientes para ouvirmos muitos NÃO!.

José Mário Varjão – em 08/04/2024