quinta-feira, março 14, 2024

Defesa de Bolsonaro aponta erro de Moraes e quer anular a principal prova

Publicado em 13 de março de 2024 por Tribuna da Internet

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João Pedroso de Campos
Metrópoles

Advogados que defendem Jair Bolsonaro apresentaram ao STF nessa terça-feira (12/3) uma nova ação para anular provas de investigações que envolvem o ex-presidente. O ministro Dias Toffoli analisará o pedido.

O pedido feito à Corte tenta derrubar a apuração na qual, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, em maio de 2023, a Polícia Federal prendeu o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e apreendeu com ele e outros investigados provas decisivas para incriminar o ex-presidente nas apurações sobre planos golpistas em seu governo.

CARTÕES DE VACINAÇÃO – A Operação Venire, como foi batizada a ação da PF, mirou supostas fraudes nos cartões de vacinação de Bolsonaro, Cid e familiares dele. Além da ordem de prisão, Mauro Cid foi alvo de um mandado de busca e apreensão, que recolheu celular e computadores dele. Bolsonaro também teve o celular apreendido pela PF.

A ação apresentada ao STF quer anular o caso e todas as provas decorrentes dele. Entre o material reunido pelos investigadores ao cumprirem mandado de busca e apreensão contra Cid estão o vídeo da reunião em julho de 2022, na qual Bolsonaro e ministros trataram abertamente de um possível golpe, encontrado em um computador do ex-ajudante de ordens; e mensagens no celular dele com tratativas golpistas.

Preso por quatro meses, Mauro Cid fechou um acordo de delação premiada com a PF e tem colaborado com as investigações.

ATRAVÉS DO PP – Assim como num pedido feito ao Supremo em fevereiro, para derrubar a investigação sobre suposto desvio de joias do acervo presidencial, a ação assinada pelos advogados de Jair Bolsonaro não foi feita em nome do ex-presidente, mas em nome do Progressistas, o PP, partido cujo presidente, senador Ciro Nogueira, é aliado de Bolsonaro.

A ação ao STF é uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF). Partidos políticos com representação no Congresso estão entre os poucos órgãos e autoridades que podem apresentar esse tipo de ação ao Supremo.

A equipe de advogados do PP, que inclui Paulo Amador da Cunha Bueno, Fabio Wajngarten e Daniel Bettamio Tesser, defensores de Bolsonaro, argumenta que a petição número 10.405 do STF, a partir da qual a Operação Venire foi deflagrada, foi ilegalmente instaurada por Alexandre de Moraes.

ILEGALIDADE DE MORAES – Os advogados sustentam que a petição é um “inquérito travestido”, aberto sem participação ou pedido da Procuradoria-Geral da República ou da Polícia Federal.

Assim, conforme a petição do PP, as investigações tramitariam sem os devidos controles previstos em lei aos inquéritos, em um quadro de desrespeito aos princípios do “devido processo legal” e da ampla defesa.

A ação sustenta ainda que o ministro Moraes quebrou a imparcialidade ao instaurar a investigação de ofício, ou seja, por iniciativa própria, distribuí-la a si próprio e conduzi-la, sendo ainda um dos responsáveis por julgar uma eventual ação penal decorrente das apurações.

SEM CONEXÃO – Conforme os advogados, não há conexão de provas entre a inclusão de dados falsos em cartões de vacinação contra Covid-19 e outras apurações, a exemplo dos inquéritos das fake news e das milícias digitais.

Para a defesa, há uma “tentativa de formação de um ‘maxiprocesso’, caracterizado pela proposital geração de confusão processual, violação do princípio do juiz natural, da imparcialidade, das regras de competência e do devido processo legal”.

A ação ADPF pede que o STF declare inconstitucional a instauração da petição por Alexandre de Moraes. Os advogados querem uma liminar para suspender o caso e, no mérito, que a Operação Venire seja anulada, com a consequente anulação de todas as decisões de Moraes e todas as provas decorrentes dela.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Grande sacação da defesa de Bolsonaro. Mostra que Moraes não respeita o devido processo legal e mistura os procedimentos processuais com a maior sem-cerimônia nesse chamado inquérito do fim do mundo, que na verdade é uma monstruosidade jurídica, totalmente ilegal, por não respeitar prazos nem limites. Sinceramente, a Justiça brasileira, conduzida pelos atuais luminares do Supremo, tornou-se um lixo fedorento(C.N.)