Publicado em 11 de março de 2024 por Tribuna da Internet
Daniela Lima
g1 Brasília
Mauro Cid esteve nesta sexta-feira (8) no escritório de seu advogado, o criminalista Cezar Bitencourt, para alinhar as expectativas sobre o depoimento que ele vai prestar à Polícia Federal na segunda-feira (11) a respeito da trama golpista que cerca o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus principais aliados, inclusive nas Forças Armadas.
O depoimento é alvo de forte expectativa porque acontecerá após o ex-comandante do Exército, Freire Gomes, ter falado à PF por mais de oito horas e implicado, segundo apurou Míriam Leitão, Bolsonaro diretamente na cena golpista que culminou com o 8 de janeiro de 2023.
QUEBRA-CABEÇAS – Segundo o blog apurou, investigadores acreditam que, com um volume considerável já de provas em mãos e os apontamentos de Freire Gomes, Cid pode ajudar a fechar um complexo quebra-cabeças golpista.
“O delegado que conduz o caso é quem sabe as perguntas que vai fazer. De minha parte, o que posso garantir é que tudo o que o Cid souber, tudo o que ele tiver conhecimento, o que conseguir explicar, ele vai fazer. Ele vai falar”, garante Cezar Bitencourt.
Cid, que voltou a ser alvo de ataques por bolsonaristas radicais, acusado de traição, foi orientado a ficar longe das redes sociais. “O trabalho é técnico. O foco é no trabalho e no que diz o Direito”, finaliza o advogado, sem maiores detalhes.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O advogado tenta dourar a pílula, como se dizia antigamente. Mauro Cid é um tremendo mau caráter, enriquecido nos Estados Unidos ninguém sabe como, e está arranjando um jeito de não pegar cadeia. Seu primeiro depoimento já foi desmentido pelo general Estevam Theóphilo, que era membro do Estado Maior do Exército e afirmou que jamais defendeu o golpe. Theóphilo explicou também que foi ao Palácio da Alvorada encontrar o então presidente Bolsonaro a pedido do comandante do Exército, Freire Gomes. Agora, Cid terá de explicar essas contradições. O pior é que a Veja diz que ele mudará a versão e dirá que jamais se referiu a um golpe de estado. Se continuar nessas contradições, pode perder a delação premiada e ficar aguardando a hora de voltar à cadeia. (C.N.)