Lula decidiu ser um dos principais líderes globais a defender os direitos humanos não apenas na teoria, mas na prática. Mas se você acompanhar a mídia corporativa do Brasil ultimamente, verá que é exatamente o contrário.
Em vez disso, eles se juntaram ao coro bolsonarista, ansiosos para atacar Lula em todas as oportunidades - mesmo quando ele está certo. Atualmente, bolsonaristas que já relativizaram os horrores do holocausto estão mobilizando votos para impeachment do presidente devido a suas críticas a Israel. Ele não relativizou o holocausto. Ele comparou os sofrimentos. Mas aparentemente, nem todos acham que a matança em massa é uma coisa ruim, desde que apenas "certas" pessoas estejam sendo mortas.
Infelizmente, a comparação de Lula com o Holocausto é válida e foi endossada e repetida por estudiosos de genocídio, grupos judeus que apoiam a libertação do povo palestino e outros atores internacionais de consciência. Nenhum líder estrangeiro, exceto o primeiro-ministro de Israel, condenou suas declarações. A imensa maioria das nações estão clamando pelo cessar-fogo.
Hoje, Lula foi recebido calorosamente em uma reunião com o principal diplomata dos EUA - o maior aliado de Israel - e recebeu apoio do presidente da Colômbia e de outros pesos pesados internacionais.
Mas só porque algo está errado e todo mundo saiba disso, não significa que os poderosos concordarão em fazer o que é certo por conta própria. Eles precisam ser pressionados e os líderes e a grande mídia precisam parar de endossar estas posições genocidas.
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