quinta-feira, fevereiro 22, 2024

Lula expôs as duas maiores fraquezas da mídia

 

Quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024
Lula expôs como a mídia corporativa não é nossa aliada

A Globo não consegue ser objetiva sobre Lula ou Gaza. Juntos, é ainda pior.

A situação em Gaza está chegando a um ponto de inflexão crítico e a mídia corporativa brasileira está tentando pressionar o governo - e todo o país - a não criticar o massacre em massa de civis palestinos por Israel. Precisamos reagir em nome da verdade e da humanidade.


Israel encurralou a maioria dos mais de 2 milhões de civis de Gaza na pequena área de Rafah e agora está ameaçando invadi-la. Atacar a cidadezinha que se transformou em um campo de refugiados lotado seria um desastre humanitário criminoso ainda maior e sem precedentes.


Quase toda a Faixa de Gaza está em escombros. Os palestinos mal têm o que comer e beber. A fome está piorando. A renomada Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, estima que o número de mortos em Gaza poderá chegar a 259 mil nos próximos seis meses se essa escalada continuar - 1 em cada 9 palestinos em Gaza. Estamos em um ponto de inflexão importante e essa pressão pode ajudar a pôr fim à operação genocida.


Mas a grande mídia, que durante meses justificou e defendeu essa barbárie por meio de comentaristas, entrevistas e artigos mentirosos, está mais preocupada com a comparação que Lula fez da situação enfrentada pelos palestinos com a vivida por judeus no Holocausto, condenando-a como "antissemita" e uma "gafe" que prejudicará o Brasil geopoliticamente.


Se você tem lido o Intercept — um dos pouquíssimos veículos mostrando a verdade — sabe que a grande mídia está errada. Estão apenas expondo seu viés extremamente pró-EUA e pró-corporativo, que está completamente fora de sintonia com a opinião popular global e despreocupado com os interesses reais da maioria dos brasileiros. Se a grande mídia está disposta a apoiar esse tipo de massacre no exterior, pode apostar que encontrará um motivo para fazer o mesmo em casa. Aliás, já faz.


Precisamos do seu apoio para podermos continuar a ser uma voz de humanidade e ter a independência para sermos corajosos diante do grupo da velha mídia. Hoje, recebi até uma ameaça de morte pelo apoio do Intercept aos direitos do povo palestino, mas não vamos nos assustar. Podemos contar com você para se tornar um doador mensal e nos ajudar a enfrentar os extremistas disfarçados de moderados na mídia corporativa?

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Lula decidiu ser um dos principais líderes globais a defender os direitos humanos não apenas na teoria, mas na prática. Mas se você acompanhar a mídia corporativa do Brasil ultimamente, verá que é exatamente o contrário.


Em vez disso, eles se juntaram ao coro bolsonarista, ansiosos para atacar Lula em todas as oportunidades - mesmo quando ele está certo. Atualmente, bolsonaristas que já relativizaram os horrores do holocausto estão mobilizando votos para impeachment do presidente devido a suas críticas a Israel. Ele não relativizou o holocausto. Ele comparou os sofrimentos. Mas aparentemente, nem todos acham que a matança em massa é uma coisa ruim, desde que apenas "certas" pessoas estejam sendo mortas.


Infelizmente, a comparação de Lula com o Holocausto é válida e foi endossada e repetida por estudiosos de genocídio, grupos judeus que apoiam a libertação do povo palestino e outros atores internacionais de consciência. Nenhum líder estrangeiro, exceto o primeiro-ministro de Israel, condenou suas declarações. A imensa maioria das nações estão clamando pelo cessar-fogo.


Hoje, Lula foi recebido calorosamente em uma reunião com o principal diplomata dos EUA - o maior aliado de Israel - e recebeu apoio do presidente da Colômbia e de outros pesos pesados internacionais.


Mas só porque algo está errado e todo mundo saiba disso, não significa que os poderosos concordarão em fazer o que é certo por conta própria. Eles precisam ser pressionados e os líderes e a grande mídia precisam parar de endossar estas posições genocidas.


É por isso que a mídia independente é vital e é por isso que fundamos o Intercept Brasil em 2016. O Brasil merece uma mídia que defenda a dignidade humana e não esteja atrelada aos interesses políticos e financeiros das famílias oligarcas que comandam este país há gerações e que, muitas vezes, construíram sua riqueza por meio da escravidão, do genocídio e do roubo.


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