quarta-feira, fevereiro 21, 2024

“Há possibilidade zero de Lula pedir desculpas”, diz Amorim sobre Israel

Publicado em 21 de fevereiro de 2024 por Tribuna da Internet

Celso Amorim: não teremos uma verdadeira democracia enquanto Lula não estiver solto - Sul 21

Celso Amorim faz contorcionismos para defender Lula

Monica Gugliano
Estadão

A crise diplomática entre Brasil e Israel tem tudo para aumentar nos próximos dias, inclusive pelo fato de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pedirá desculpas a Israel pela declaração em que comparou o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino, com o extermínio de judeus levado à cabo por Adolf Hitler.

O assessor para assuntos internacionais do presidente Lula, Celso Amorim, disse ao Estadão que não há chances. “Existe zero possibilidade de o presidente Lula pedir desculpas. Ele não fez nada de errado. Só citou fatos históricos”, afirmou Amorim, acrescentando que “nenhum povo tem o monopólio do sofrimento”.

A FAVOR DOS PALESTINOS – Desde o início do conflito, com os ataques terroristas do Hamas ao território israelense, matando e sequestrando civis, as posições do governo brasileiro e, em especial, do presidente Lula, geram polêmica.

De início, o presidente demorou a condenar diretamente o grupo terrorista e, posteriormente, passou também a questionar a reação israelense em Gaza. Agora, diante da fala de Lula fazendo referência direta ao holocausto, o governo israelense resolveu reagir de forma dura.

Especialistas apontam que o presidente se distanciou da mediação do conflito com a fala, e até setores da diplomacia brasileira passaram a defender uma retratação. O governo brasileiro, porém, está fortemente indignado com a forma como o governo israelense reagiu à declaração feita por Lula em entrevista na Etiópia.

DISSE O CHANCELER – A começar pela chamada ao embaixador brasileiro em Israel, Frederico Meyer, convocado a dar explicações ao chanceler israelense, Israel Katz.

“Não são aceitáveis a chamada ao Museu do Holocausto e o constrangimento imposto ao embaixador brasileiro. É uma clara tentativa de escalar fora das regras diplomáticas”, disse um membro da chancelaria brasileira. O lugar escolhido pelo chanceler israelense foi considerado uma cilada.

Diferentemente do que costuma acontecer em momentos semelhantes, a reunião entre ambos não aconteceu na chancelaria. Mas no Yad Vashem, importante memorial sobre o Holocausto. Katz falou em hebraico, uma língua que Meyer não compreende e, repreendendo o diplomata brasileiro, afirmou: “Não esqueceremos nem perdoaremos. Em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, diga ao presidente Lula que ele é persona non grata em Israel até que retire o que disse”.

OUTROS CRÍTICOS – Lula não foi o primeiro a fazer críticas à ação de Israel na Faixa de Gaza a ser enquadrado na condição de persona não grata. A relatora especial da ONU para os territórios palestinos ocupados, a italiana Francesca Albanese, também foi enquadrada nessa condição. Albanese é uma das principais vozes no mundo contra a operação israelense em Gaza. O governante turco Recep Erdogan também condenou o massacre do povo palestino pelos ataques de Israel.

Esta não foi a primeira vez que Lula se manifesta com críticas às ações militares israelenses que chegou a chamar de terrorismo de Estado. No início do ano, o governo brasileiro apoiou a iniciativa da África do Sul de acusar Israel por crime de genocídio, junto a Corte Internacional de Justiça da ONU. Desta vez, subiu o tom das divergências.

Será preciso muita diplomacia para contornar o confronto.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Não tem mais volta. Lula faz tudo que dona Janja pede ou manda. Ela se tornou a única conselheira de Lula, e suas sugestões são de uma constrangedora pobreza intelectual. Mas Lula não gosta de contrariá-la. E Janja já fez a tradução simultânea, dizendo que “Lula criticou o governo de Israel e não o povo judeu”… Então, fica combinado assim, e o Brasil segue nessa bagunça institucional. (C.N.)