Mesmo que você não tenha nenhuma ligação pessoal com a questão Israel-Palestina, você deve se importar com essa cobertura porque a grande mídia mostra o mesmo viés sangrento quando este tipo de crime é cometido no Brasil.
Grileiros e capangas do agronegócio que roubam terras, queimam a floresta e matam indígenas fazem parte de uma tradição quinquicentenária de colonos genocidas. E quando são questionados, justificam seus crimes com um mandado divino inventado e equivocado. Os fanáticos dos assentamentos ilegais de Israel fazem a mesma coisa.
Não é por acaso que você vê bandeiras israelenses em todos os comícios de Bolsonaro. Mas no Jornal Nacional, agro é pop mesmo quando está bancando um golpe de estado e grilando terras, enquanto o MST é tratado como se fosse um grupo terrorista. Ficou claro agora?
"Índio não vende jornal" é a justificativa que um editor sênior de um grande jornal deu para que seus repórteres não gastassem tempo investigando ameaças às comunidades indígenas. O resultado dessa cultura de cumplicidade são os resultados genocidas contra o povo Yanomami e vários outros que vivem sob ameaças severas.
Protestar é valioso, mas o que mais pode ser feito? Como podemos mudar nossa imprensa e nossa sociedade pelo melhor? Bem, a melhor e mais fácil maneira de você fazer a diferença neste momento é apoiar a mídia independente!
É MUITO mais difícil para a Globo e outros manterem a cortina de propaganda quando há meios de comunicação alternativos e confiáveis que mostrem às pessoas o que realmente está acontecendo.
Nós do Intercept Brasil somos a única redação majoritariamente financiada por doações mensais de leitores como você. São pessoas que sabem que é preciso lutar por aquilo em que se acredita e fazer parte da mudança. Só assim mantemos nossa independência.
Precisamos de você e mais 400 novos apoiadores mensais até o final de março para seguirmos fortes e continuarmos lutando pelos direitos humanos, pela decência humana e pela justiça - seja em Gaza ou seja no Vale do Javari. Posso contar com você?