Publicado em 6 de agosto de 2023 por Tribuna da Internet
Daniel Weterman
Estadão
O anúncio feito pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), de uma frente para “protagonismo” das regiões Sul e Sudeste, colocou de lados opostos os gestores estaduais do Norte e Nordeste e os colegas das outras regiões. O nome do governador mineiro foi o tema de política mais comentado do País no Twitter.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), saiu em defesa da frente anunciada por Zema. O tucano foi um dos líderes apontados pelo mineiro como potencial candidato à Presidência nas próximas eleições. De acordo com Leite, o que o grupo quer é agir por mais equilíbrio na reforma tributária e não “discriminar” nenhuma região.
FOI UM EXEMPLO – “Nunca achamos que os Estados do Norte e Nordeste haviam se unido contra os demais Estados. Ao contrário: a união deles em torno de pautas de seus interesses serviu de inspiração para que, finalmente, possamos fazer o mesmo, nos unirmos em torno do que é pauta comum e importante aos estados do Sul e Sudeste”, disse o governador gaúcho à reportagem.
Pelas redes sociais, Eduardo Leite afirmou que a frente não tem nada a ver com “Estado contra Estado, ou região contra região”.
Zema afirmou que os governadores do Sul e do Sudeste querem mais “protagonismo” na política e na economia e vão agir em bloco para evitar perdas econômicas contra as outras regiões. Além disso, o governador de Minas estimulou o lançamento de um candidato de direita do grupo à Presidência nas eleições de 2026.
REFORMA TRIBUTÁRIA – “Ficou claro nessa reforma tributária que já começamos a mostrar nosso peso. Eles queriam colocar um conselho federativo com um voto por Estado. Nós falamos, não senhor. Nós queremos proporcional à população. Por que sete Estados em 27, iríamos aprovar o quê? Nada. O Norte e Nordeste é que mandariam. Aí, nós falamos que não. Pode ter o Conselho, mas proporcional. Se temos 56% da população, nós queremos ter peso equivalente”, afirmou Zema.
Já o governador da Paraíba e presidente do Consórcio Nordeste, João Azevêdo (PSB), afirmou que Zema cometeu equívocos e foi “infeliz” nas declarações. Para Azevêdo, o governador mineiro estimula uma divisão entre as regiões no País e não deve ter o apoio dos demais gestores estaduais na mobilização.
A fala de Zema também foi criticada pelo governador capixaba Renato Casagrande (PSB). “O Espírito Santo participa do Sul/Sudeste para que ele seja um instrumento de colaboração para o desenvolvimento do Brasil e um canal de diálogo com as demais regiões”.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Zema se excedeu e vai ficar levando pancada. Se o Norte/Nordeste tem Consórcio, é clara que Sul/Sudeste está na mesma condição. Conforme já comentamos aqui, esta união Sul/Sudeste será importantíssima na próxima sucessão presidencial, se indicar um candidato para enfrentar Lula e o PT. O resto é folclore, como diz Sebastião Nery. (C.N.)