Publicado em 30 de julho de 2023 por Tribuna da Internet
Duarte Bertolini
Estamos diante do oportunismo secular da esquerda. Depois de tanto choro e indignação sobre o tratamento “cruel” aos presos da Lava Jato, agora são coisas diferentes, em relação aos presos de 8 de janeiro. Diferentes como? Na cor dos presos? Na conta bancária deles? Ou na matriz ideológica, que sempre é a mesma, tipo faça o que eu digo e defendo, mas esqueça o que eu realmente faço?
A Lava Jato exagerou ao fazer prisões preventivas, mas desde o início de janeiro temos centenas de pessoas de ficha limpa, sem antecedentes criminais, cumprindo pena antecipada no Presídio da Papuda, sem terem sido julgadas, ou usando tornozeleiras, como se fossem perigosos meliantes.
TUDO TEM LIMITES – Na forma da lei, tudo tem limites. Mas agora a lei tem valor relativo, porque pode ser “interpretada”. Queimar na fogueira da inquisição petista um parlamentar eleito com 345 mil votos demonstra ser ato de “elevada democracia”? Manter réus indefinidamente na cadeia, sem irem a julgamento, seria “eficiência de método policial?
Mas tudo precisa ter limites. Não se compreende também o comportamento do ministro Alexandre de Moraes, que atua como se fosse dono da Justiça no país. Ao invés de dar queixa na polícia, procedimento normal de todo brasileiro, e prestar depoimento, mandou abrir inquérito no Supremo, uma determinação claramente fora da lei, pois nenhum brasileiro sem foro privilegiado pode ser julgado direto no STF.
Outro aspecto interessante (pelo menos para mim) foi o depoimento em si. Demorou 10 dias para fazê-lo, com o inquérito ilegalmente em andamento, pois só poderia ser aberto após depoimento da(s) vítima(s).
DEPÕS EM SÃO PAULO – E Moraes mora mesmo em Brasília? Ou vive em São Paulo e só comparece à capital quando há sessão no plenário, algo cada vez mais raro?
Se mora realmente em Brasília, então por que o depoimento (atrasado diante da urgência, relevância e fundamento de um caso que afrontaria a segurança nacional) ocorreu em São Paulo? Foi para mostrar quem manda?
Por fim, interessante registrar que o jornal da Band ressaltou que todos são iguais perante a lei e que o ministro Moraes precisava ser um dos que deveriam dar este exemplo, ao invés de reforçar a desigualdade. E a TV Globo sequer mencionou essa distorção em seus telejornais.