Publicado em 6 de junho de 2023 por Tribuna da Internet
Márcio Falcão
TV Globo — Brasília
O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu nesta terça-feira (6) um salvo conduto para que o advogado Tacla Duran possa vir presencialmente ao Brasil e depor na Câmara dos Deputados sem o risco de ser preso.
Ele será ouvido no dia 19 de junho na Comissão de Administração e Serviço Público para falar sobre denúncias de extorsão no âmbito da Operação Lava Jato.
ESTÁ NA ESPANHA – O advogado está na Espanha e é um dos principais acusadores do ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União-PR). Tacla Duran foi acusado na Lava Jato de lavagem de dinheiro. As investigações contra ele estão suspensas por ordem do STF.
Toffoli analisou um pedido feito pela Câmara para que o advogado seja colocado à disposição do parlamento para falar sobre “denúncias gravíssimas”.
O ministro do STF determinou que o Ministério da Justiça e a Polícia Federal adotem as medidas necessárias para garantir a segurança e o livre trânsito do advogado na entrada e saída do país para assegurar o depoimento aos deputados.
DENÚNCIAS DE DURAN – Em março, o advogado disse à Justiça Federal de Curitiba, por videoconferência, que Moro e o então deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos), agora cassado, estavam envolvidos em um caso de suposta extorsão.
Tacla Duran fez as declarações na audiência de processo em que é réu por lavagem de dinheiro para a empreiteira Odebrecht. Esse foi o primeiro depoimento de Tacla à Justiça brasileira em sete anos. Disse ter sido vítima de um suposto esquema de extorsão, em que menciona Moro e Deltan.
Após a citação, o juiz encerrou a audiência e pediu que o caso fosse enviado ao STF. Isto acontece porque, como são parlamentares, o caso só pode ser tratado pelo Supremo.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Em sua ignorância sesquipedal, Toffoli pensa (?) que está arrasando ao chamar Tacla Duran de volta, para liquidar com Sérgio Moro. Deveria ter lido os autos e procurado se informar. Assim, saberia que Rodrigo Tacla Duran não é advogado, e sim doleiro. Fugiu para a Espanha por ter dupla nacionalidade.
Em Madri, deu depoimento à Justiça espanhola como “réu confesso”, admitindo que emitia notas fiscais falsas na empresa fantasma que abriu naquele país, para fazer lavagem de dinheiro em favor de empreiteiras brasileiras, como Odebrecht e UTC. Com isso, ele responde na Espanha por crime menor (emitir notas fiscais falsas).
Dificilmente aceitará voltar ao Brasil, apesar de o ministro petista lhe ter dado salvo-conduto. Embora Toffoli não saiba, as provas de Tacla Duran contra Moro também foram falsificadas, e por isso poderá ser aberto novo processo contra o doleiro. Vamos ver se ele tem coragem de voltar ao país para depor no dia 19. (C.N.)