quarta-feira, junho 28, 2023

Lukashenko revela que convenceu Putin a não matar o líder mercenário da Wagner

Publicado em 27 de junho de 2023 por Tribuna da Internet

Alexander Lukashenko fala com autoridades militares do país em Minsk.

Presidente da Bielorússia pediu que Putin poupasse o rebelde

Deu em O Globo

O presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, afirmou nesta terça-feira que foi o responsável por convencer Vladimir Putin a não eliminar o líder do grupo mercenário Wagner, Yevgeny Prigojin, após o motim iniciado pelos paramilitares na semana passada. Em um pronunciamento público em Minsk, o primeiro em que abordou com profundidade a articulação durante a crise, Lukashenko disse que conseguiu persuadir Putin ao convencê-lo de que “uma paz ruim é melhor do que qualquer guerra”.

De acordo com o líder bielorrusso, a conversa com Putin aconteceu na manhã de sábado, depois que as forças paramilitares tomaram o Comando Militar do Sul, em Rostov-no-Don. Lukashenko disse que discutiu com Putin a possibilidade de matar Prigojin, mas que pediu que o presidente russo não apressasse sua decisão.

NÃO HÁ PROBLEMA — “Eu disse a Putin: ele pode ser morto, não há problema. Na primeira tentativa ou na segunda. Mas eu o aconselhei a não fazer isso“ — disse Lukashenko, relatando a conversa com o presidente russo a autoridades bielorrussas.

Ao término da conversa com Putin, Lukashenko disse ter entrado em contato por telefone com o coronel-general Yunus-bek Yevkurov, que estava no Comando Militar do Sul, e pediu-lhe que passasse o telefone para Prigojin.

“A primeira rodada [de negociação], de 30 minutos, foi falada em palavrões. Foi excepcional. Havia 10 vezes mais palavrões, analisei mais tarde, do que o vocabulário normal” — descreveu Lukashenko, acrescentando que teria dito a Prigojin que Putin o iria esmagar “como um inseto” caso a crise não fosse resolvida.

ESTADO MEIO LOUCO – Na avaliação de Lukashenko, Prigojin e seus companheiros estavam em um “estado meio louco” depois de testemunhar tantas mortes na linha de frente. O líder mercenário disse que o protesto visava uma medida do Ministério da Defesa para forçar seus mercenários a assinar contratos com o governo, mas o líder bielorrusso não entrou em detalhes específicos sobre as negociações.

“Como Prigozhin me disse ontem, alguns deles assinarão um contrato com o Ministério da Defesa” — limitou-se a dizer.

No pronunciamento, Lukashenko disse que Prigojin e seus homens chegaram à Bielorrússia nesta terça. Os homens foram encaminhados para uma base militar “abandonada” no país, de acordo com o presidente, que alegou que nenhum acampamento estava sendo construído especialmente para os combatentes mercenários.

ALTERNATIVAS – Como parte do acordo, Prigojin foi autorizado a ir para a Bielorrússia e um processo criminal contra ele e seus mercenários foi arquivado. Os combatentes do Wagner tiveram a opção de se juntar a ele na Bielorrússia ou ser incorporados às forças armadas russas.

Não ficou claro na terça-feira se algum combatente do Wagner havia chegado ao país — Lukashenko sugeriu que pode levar algum tempo para que os membros do Wagner que optaram por não assinar contratos com o Ministério da Defesa da Rússia viajem para a Bielorrússia. Ele também disse que disse a seu ministro da Defesa para explorar a ideia de trazer alguns deles para o Exército bielorrusso.

Letônia e Lituânia, que fazem fronteira com o país, pediram à Otan que fortaleça suas fronteiras orientais por causa do que disseram ser a possível criação de bases do Grupo Wagner. (Com The New York Times e AFP)

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
 Em tradução simultânea, o problema aconteceu porque muitos russos estão resistindo ao alistamento e Putin tentou resolveu o problema usando os mercenários, mas a resistência ucraniana é muito forte, com os armamentos enviados pela Otan e o apoio de países vizinhos e ocidentais. Agora, as tropas russas vão entrar em ação mais fortemente, apoiando os mercenários. Quanto ao que interessa, conforme afirmamos no domingo, a vida do líder da Wagner não vale uma moeda de três rublos. (C.N.)