Publicado em 22 de junho de 2023 por Tribuna da Internet
Filipe Matoso, Luiz Felipe Barbiéri e Pedro Alves Neto,
g1 Brasilia
O perito Renato Carrijo, da Polícia Civil do Distrito Federal, afirmou nesta quinta-feira (22) à CPI dos Atos Golpistas que a bomba encontrada em um caminhão na área do Aeroporto de Brasília, em 24 de dezembro do ano passado, é industrial e utilizada em pedreiras para romper rochas.
Renato Carrijo foi chamado a prestar depoimento à CPI na condição de testemunha. Ele estava de plantão na data da tentativa de atentado, orquestrada por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Aos parlamentares, o perito mostrou imagens da investigação
NA VÉSPERA DE NATAL – O episódio, às vésperas da posse do presidente Lula (PT), levou à prisão e à condenação de George Washinton de Oliveira e Allan Diego dos Santos. O primeiro, inclusive, também foi ouvido pela CPI nesta quinta-feira.
“É um explosivo industrial, geralmente utilizado em pedreiras para rompimento de rochas”, afirmou o perito à CPI sobre o explosivo.
Na data da tentativa de atentado, a Polícia Militar foi acionada pelo motorista do caminhão onde estava o artefato explosivo, e a Polícia Civil investigou o caso. A participação do motorista no episódio foi descartada.
USO RESTRITO – Ainda no depoimento à CPI, Renato Carrijo disse que parte do material usado para a fabricação da bomba é de uso restrito e controlado pelo Exército.
Segundo o perito, existem componentes que sequer são vendidos a pessoas físicas, somente a empresas que comprovem atividade em pedreiras e a necessidade de romper rochas.
“Não tenho informação técnica e precisa sobre [como é feito] o controle, mas eu entendo de legislação. Os produtos perigosos, principalmente os explosivos, são de uso controlado. E quem controla é o Exército. Parte dos produtos, e eu estou me referindo à emulsão, que foi o que eu encontrei”, declarou o perito.
DIFÍCIL DE COMPRAR – “Emulsões utilizadas em pedreiras são controladas pelo Exército e são distribuídas apenas, se eu não estiver muito enganado, para CNPJs, ou seja, empresas que trabalhem diretamente com fim do uso explosivo. Então, não é um indivíduo qualquer que pode chegar num local e adquirir esse explosivo”, acrescentou.
Integrantes da CPI entendem que, embora a comissão tenha sido criada para investigar os atos golpistas de 8 de janeiro – quando radicais aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal –, há outros episódios correlatos, entre os quais: o episódio da bomba armada por George Washington e Allan Diego dos Santos em 24 de dezembro em Brasília; os atos de vandalismo registrados em Brasília em 12 de dezembro; os frequentes discursos em 2022 do então presidente Jair Bolsonaro contra o sistema eleitoral e as urnas eletrônicas.
PRIMEIRO DEPOENTE – Esta é a segunda sessão para tomada de depoimentos da CPI. Na primeira, foi ouvido o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques.
Ele chefiava a corporação no ano passado, quando a PRF foi alvo de polêmicas envolvendo principalmente a atuação nas eleições. Por isso, Vasques também é alvo de investigação da Polícia Federal. Em dezembro de 2022, o ex-diretor se aposentou, com salário integral.
Em CPI, ex-diretor-geral da PRF diz que apagou pedido de voto em Bolsonaro devido a ‘polêmica’ ‘Se eu errei, vou pagar’, diz ex-diretor da PRF à CPI dos Atos Golpistas. Aos parlamentares, ele negou irregularidades e direcionamento das ações do órgão e chamou as acusações de “injustiça”. Também negou ter intimidade com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o indicou para o cargo, e disse que a relação entre os dois é “muito profissional”.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Vejam a que ponto chega o fanatismo político… No dia 24 de dezembro, véspera de Natal, o aeroporto de Brasília fica movimentadíssimo. Um avião atrás do outro. Colocar explosivo de grande impacto num caminhão carregado de querosene de aviação iria causar uma explosão enorme. E os autores do atentado se comportavam como quem ia jogar uma cabeça de nêgo no banheiro do colégio. Èpa! Cabeça de nêgo? Isso não pode mais escrever, porque é politicamente incorreto…, que Deus me perdoe a ousadia. (C.N.)