sábado, abril 01, 2023

31 de março: militares não comemoraram golpe militar pela primeira vez em 5 anos

Publicado em 31 de março de 2023 por Tribuna da Internet

Militares do Exército participam de desfile de Sete de Setembro no Centro do Rio

Golpe somente foi comemorado por oficiais da reserva

Deu em O Globo

Pela primeira vez em cinco anos, as Forças Armadas não divulgaram neste 31 de março mensagem comemorativa do golpe militar de 1964. A prática havia sido retomada, por ordem do então presidente Jair Bolsonaro. O golpe que depôs o então presidente João Goulart completa 59 anos nesta sexta-feira.

Por orientação do Ministério da Defesa, as tropas foram alertadas que haveria punição em caso de qualquer tipo de celebração da data por militares da ativa, o que inclui também postagens em redes sociais.

REGIME FECHADO – O golpe de 1964 depôs o então presidente João Goulart e instaurou no país uma ditadura militar que durou até 1985. O período foi marcado por perseguição, tortura e assassinatos de opositores do regime. O Congresso Nacional foi fechado, e a imprensa, censurada. E não havia eleição para presidente da República.

Foi justamente no primeiro mandato de Lula, entre 2003 e 2006, que o comando do Exército voltou a exaltar a ditadura em uma das edições da chamada “ordem do dia alusiva ao 31 de março de 1964”.

O golpe foi oficialmente removido do rol de datas comemorativas das Forças Armadas em 2011, no primeiro ano do governo Dilma. Na ocasião, o então general da ativa Augusto Heleno foi proibido de fazer uma palestra, no 21 de março, intitulada “A contrarrevolução que salvou o Brasil”. O veto foi atribuído oficialmente ao Exército.

COMEMORAÇÕES – Entre 2019 e 2022, a data foi celebrada pelos comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica, por meio da leitura da Ordem do Dia e de pronunciamento dos comandantes alusivos à data, o que não foi registrado hoje.

A orientação do Ministério da Defesa, comandado por José Múcio Monteiro, de proibir a comemoração faz parte da estratégia do governo de despolitizar as Forças Armadas.

Os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica acompanharam a chegada do ex-presidente Jair Bolsonaro ao Brasil e possíveis desdobramentos nessa quinta-feira, como manifestações, caminhadas e motociatas, o que poderia reacender os ânimos de militares alinhados.

PASSAGEIRO COMUM – O Comando Militar do Planalto e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) também atuaram para assegurar que a volta de Bolsonaro fosse encarada como o retorno de “de um passageiro comum dos Estados Unidos”, disse um integrante do alto escalão do governo.

O clima nos quarteis também foi de tranquilidade, pois desde os ataques golpistas de 8 de janeiro, os comandantes das Forças Armadas têm lembrado às tropas sobre a função institucional dos militares e a proibição de atuação político partidária, de acordo com um oficial.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Em 1964, havia insuflação e desordem pública, realmente, porque Jango perdeu o controle e resolveu governar autoritariamente por decretos, sem ouvir o Congresso. Assim, o golpe militar deveria ter ocorrido para restaurar a democracia, jamais para sepultá-la.  (C.N.)