Publicado em 31 de março de 2023 por Tribuna da Internet
João Pedroso de Campos
Veja
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) atendeu nesta quinta-feira, 30, ao pedido do juiz federal Eduardo Appio, responsável pelos processos da Operação Lava Jato em Curitiba, e disponibilizou a ele um carro blindado para seus deslocamentos. O veículo estará à disposição de Appio a partir das 14h desta sexta-feira, 31.
O juiz federal havia solicitado o carro blindado ao TRF4 diante de ameaças que ele diz estar sofrendo desde a segunda-feira, 27, quando colheu depoimento do advogado Rodrigo Tacla Duran.
SUPOSTA EXTORSÃO – Apontado pela Lava Jato como operador de propinas da Odebrecht e da UTC, Tacla Duran falou sobre uma suposta extorsão praticada contra ele por advogados ligados à deputada Rosângela Moro (União-SP), mulher do senador e ex-juiz da Lava Jato, Sergio Moro (União-PR). As acusações dele também envolvem o deputado federal e ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos-PR).
No pedido de reforço na segurança, o juiz sustentou que as ameaças que tem sofrido são “consequência direta do poderio econômico, social (redes sociais) e político exercido” por Moro e Deltan.
O documento também cita ameaças sofridas em razão de um júri envolvendo um membro de organização criminosa, que ele vai conduzir.
DISSE DURAN – Em depoimento a Appio na segunda, Tacla Duran falou brevemente sobre a suposta extorsão de que teria sido alvo. Ele deu mais detalhes de sua narrativa em depoimento à PF. Duran afirma ter depositado 613.000 dólares a um advogado ligado à mulher de Moro, em 2016. O objetivo do pagamento seria viabilizar uma delação premiada que teria o aval de Deltan e que, ao não prosseguir com os pagamentos, teria sido alvo de prisão decretada por Moro.
Deltan Dallagnol e Sergio Moro negam duramente as acusações. O ex-juiz classificou o acusador como “criminoso confesso e destituído de credibilidade” e disse não temer investigações. Em suas redes sociais, Deltan foi na mesma linha:
“Não é nada mais que uma história falsa, requentada pela terceira vez sem novidade e que já foi investigada pelo MPF e PGR, que a descartaram totalmente. Isso revela desespero”, postou.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – É evidente que o Tribunal cedeu o carro blindado por causa do julgamento de dirigente de facção criminosa que o juiz Appio vai conduzir no Tribunal do Júri. O fato inusitado foi ele ter citado ameaças de Moro e Dallagnol que certamente jamais existiram. Quem pode acreditar nesse tipo de juiz, que postava decisões usando a sigla LUL22 como se fosse sua assinatura? Parece que o magistrado tem um parafuso a menos, como se dizia antigamente. (C.N.)