Publicado em 10 de março de 2023 por Tribuna da Internet
Lavínia Kaucz
Estadão
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes concedeu liberdade provisória a mais 80 homens denunciados por atos golpistas. Na última quarta-feira, no Dia Internacional da Mulher, o ministro soltou, com medidas cautelares, 149 mulheres.
Das 1406 pessoas que tiveram a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva (por tempo indeterminado), permanecem na prisão apenas 522 (440 homens e 82 mulheres). Os demais obtiveram liberdade provisória para responder ao processo com medidas cautelares, como tornozeleira eletrônica e recolhimento domiciliar noturno e nos fins de semana.
2.151 PRESOS – Ao todo, foram presas em flagrante 2.151 pessoas no dia 9 de janeiro. Todas haviam participado dos atos de 8 de janeiro ou estavam acampadas diante dos quartéis. Segundo dados do STF, 745 foram liberadas imediatamente após a identificação.
Ao apresentar ontem um balanço sobre as ações relacionadas aos atos golpistas, Moraes destacou que todos os casos estão sendo analisados de “forma detalhada e individualizada”. Ele disse que o STF trabalha para analisar com agilidade todos os pedidos de liberdade. A análise segue no prazo, pois a lei estabelece que toda prisão preventiva deve ser reavaliada a cada 90 dias.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou, até agora, 919 pessoas por incitação pública ao crime e associação criminosa dentro desse caso. Dessas, 219 responderão também por crimes mais graves, como dano qualificado, abolição violenta do Estado de Direito e golpe de Estado.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Em tradução simultânea, existem vários tipos de réus. Os que realmente foram apanhados em flagrante e presos dentro do Supremo, do Planalto e do Congresso, que foram apenas 219 e estão respondendo por crimes mais graves. Dos demais 700 réus, outros também responderão pelos mesmos crimes, por terem suas participações comprovadas por imagens das câmaras de segurança ou outras filmagens e fotografias. Quanto aos demais réus, que são maioria e foram presos no acampamento, na manhã seguinte, não há provas materiais de sua participação ativa no vandalismo e seus processos devem ser arquivados mais para a frente. (C.N.)