Ex-ministro tentou tirar a importância do documento em depoimento à Polícia Federal
A Polícia Federal encontrou diversas impressões digitais na "minuta do golpe", localizada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres no mês passado.
De acordo com informações do blog de Valdo Cruz no portal g1, uma equipe específica da PF está, agora, utilizando um sistema de identificação para checar a quem as marcas pertencem e, assim, avançar nas investigações.
Um investigador da corporação confirmou a localização de "fragmentos de digitais de diversas" pessoas no documento, que propunha a intervenção do governo de Jair Bolsonaro (PL) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar invalidar a eleição presidencial do ano passado.
O que isso significa?
Caso a PF constate que as impressões pertencem a outras autoridades, além de Torres, ficará provado que o ex-ministro mentiu em seu depoimento à corporação.
À polícia, Torres afirmou na última quinta-feira (2) que o documento "não tem fundamento legal" e que "não tem ideia" de quem o elaborou, apontando que a minuta não teria sido escrita por uma autoridade.
Sobre o fato de o documento estar em uma pasta, em uma estante no cômodo de sua casa, o ex-ministro indicou que não foi ele quem o colocou ali, apontado uma empregada como possível responsável. "Era para ter sido descartado", disse.
Torres continua preso
O ex-ministro teve prisão decretada no último dia 10 e foi detido quatro dias mais tarde, quando chegou ao Brasil após "refugiar-se" nos Estados Unidos. Ele é acusado de omissão nos atos terroristas do último dia 8, em Brasília.
Depoimento. Torres passou cerca de 10 horas prestando depoimento à PF na quinta. Dentre outros pontos, ele disse que:
Recebeu a minuta golpista em seu gabinete no Ministério da Justiça;
Devido à “sobrecarga de trabalho”, levava todos os documentos da pasta para casa;
Os importantes retornavam ao ministério e os demais eram descartados;
A minuta é “totalmente descartável”, mas não foi ele quem a colocou dentro de uma pasta na estante – podendo ser uma funcionária ao arrumar a casa;
Se o plano deixado pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal tivesse sido seguido, os atos de 8 de janeiro não teriam acontecido;
Não tem conhecimento do suposto plano de golpe criado por Jair Bolsonaro e Daniel Silveira.
YAHOO