domingo, fevereiro 26, 2023

PCC distribuía celulares iPhone para líderes e Android para “soldados”, diz relatório

Domingo, 26/02/2023 - 08h00

Por Redação

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Foto: Agência Brasil

Para manter o fluxo de informações, os líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) receberiam celulares iPhone de última geração, enquanto os “soldados”, inferiores hierarquicamente, ficariam com aparelhos mais simples, de sistema Android. Isso é o que mostram relatórios reservados produzidos por setores de inteligência da Polícia Civil e do Ministério Público de São Paulo (MPSP), obtidos pelo portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias

 

De acordo com a publicação, para monitorar o andamento dos crimes praticados, os faccionados desenvolveram uma sofisticada rede de comunicação, com grande compartimentação das informações e limitação do número de interlocutores. Poucos criminosos participam do sistema.

 

O objetivo da cúpula do PCC é restringir ao máximo a troca de informações, principalmente para evitar o vazamento de detalhes que envolvam os planos da facção.

 

Para a devida existência da “rede fechada”, periodicamente, diversos celulares eram comprados com recursos do próprio PCC e distribuídos entre os criminosos.

 

Uma pessoa específica tinha a atribuição de adquirir os aparelhos e, também, de configurá-los, inserir aplicativos de conversas por mensagens, os contatos que usariam as linhas e entregar os telefones aos destinatários.

 

A pessoa com a função de preparar os aparelhos se assegurava de que, em cada rede fechada, haveria apenas os contatos dos respectivos participantes, sem que houvesse risco da interação de terceiros no meio.

 

Toda a cautela na logística incluía a constante troca de “vulgos” dos criminosos — os codinomes ou apelidos —, o que chegou a gerar confusão entre eles, segundo relatório do MPSP.

 

Mesmo assim, a constante mudança de apelidos era rotina. Integrantes dos PCC chegaram a usar, em um mesmo intervalo de tempo, vulgos diferentes em aplicativos de conversas diversos.

 

No sistema de comunicação desenvolvido pela facção, muitas determinações eram transmitidas por intermediários, de modo que uma pessoa de uma rede fechada, às vezes, não tinha contato direto com alguém de outra.

 

Para permitir a comunicação, as ordens e orientações eram repassadas por algum dos representados, o que evitava o contato direto entre muitas pessoas.

 

Até pela importância desses integrantes do PCC, as conversas rotineiramente tratavam de milhões de reais ou dólares e de grande quantidade de drogas ilícitas, de espécies diferentes, como cocaína, maconha e anfetaminas.

Bahia Notícias