quinta-feira, dezembro 01, 2022

Saia justa! Grupo que tem Pérsio Arida entre seus líderes quer derrubar PEC da Transição


Pérsio Arida: 'Investidores veem o Brasil como um pária' | Política | Valor Econômico

A dúvida: Arida sai da transição ou deixa o coletivo Livres?

Deu na Jovem Pan  

O coletivo Livres, que reúne diversos políticos e membros da sociedade que se identificam com as teorias do liberalismo econômico, dentre eles o economista Pérsio Arida, enviou a senadores uma nota técnica na última terça-feira, 29, na qual defende que os parlamentares rejeitem a PEC da Transição proposta pela equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em texto intitulado “PEC da Transição reproduz erros, alimenta a inflação e prejudica os mais pobres”, o grupo argumenta que “mudanças na regra fiscal prejudicam a credibilidade do Brasil diante de credores de todo mundo, sabotando a efetividade da âncora fiscal em seu papel de prover a percepção de solvência da dívida no longo prazo”.

EFEITO PERVERSO – Para o coletivo Livres, a implementação de políticas sociais sem responsabilidade fiscal deverá ter “efeito perverso” imediato e a longo prazo, “com a deterioração da confiança da sociedade na capacidade do Governo em seguir regras fiscais e promover políticas públicas de qualidade”.

Chama a atenção que Pérsio Arida é um dos integrantes da equipe de transição de Lula, sendo inclusive um dos principais cotados para assumir o Ministério do Planejamento, em “dobradinha” estratégica com Fernando Haddad (PT-SP) no comando da Fazenda.

Arida é também é um dos nomes da equipe de transição que mais agrada ao mercado financeiro. O texto do Livres é assinado pela diretoria do grupo, sem a participação direta do economista.

FURANDO O TETO – A PEC da Transição, proposta pela equipe coordenada pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), prevê a liberação de R$ 175 bilhões fora do teto de gastos para viabilizar a continuidade do pagamento do Auxílio Brasil de R$ 600 à população mais pobre do país, além de tornar viável o aumento real e anual do salário mínimo, acima da inflação do período.

O coletivo liberal ainda tenta um caminho mais pragmático na sua sugestão, avaliando um contexto em que não seja possível a reprovação da PEC no Congresso Nacional:

“Caso a rejeição se mostre politicamente inviável, recomendamos uma atuação orientada pela redução de danos fiscais, como é o caso da proposta apresentada pelo Senador Alessandro Vieira [PSDB-RS], que teria menor impacto negativo nas contas públicas e na credibilidade da capacidade do governo em honrar seus compromissos. O governo eleito deve ser alertado para que aproveite o início de mandato para discutir as prioridades dentro do orçamento, fazendo cortes nas políticas caras e ineficientes. Além disso, é fundamental implementar uma nova regra fiscal com respaldo político efetivo e credibilidade”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Uma notícia altamente relevante, enviada por Mário Assis Causanilhas. Agora, resta saber o que fará Persio Arida. Das duas, uma. Vai se desligar do Grupo de Transição ou prefere se afastar do coletivo Livres? Como perguntaria Machado de Assis, em seu mais famoso soneto, “mudaria o Natal, mudei eu ou mudou Persio Arida?”. (C.N.)