Publicado em 3 de dezembro de 2022 por Tribuna da Internet
Leonardo Godim
Estado de Minas
O general da reserva, vice-presidente e senador eleito pelo Rio Grande do Sul, Hamilton Mourão, disse nessa quinta-feira (1/12) que as manifestações que defendem uma intervenção militar contra o resultado das eleições são legítimas. Ao mesmo tempo, ele acha que as consequências de uma ação para impedir a posse de Lula em 1º de janeiro seriam “terríveis”.
A entrevista foi feita pelo jornal “Gazeta do Sul”, por telefone. Para ele, Lula não poderia ter concorrido. “O principal vício ocorreu quando a Suprema Corte simplesmente anulou todos os processos aos quais o ex-presidente Lula foi submetido, julgado e condenado. É algo que, na minha visão, foi uma manobra jurídica que permitiu que o ex-presidente voltasse ao jogo”, disse Mourão.
HAVERIA SANÇÕES – Mas, segundo o vice-presidente, uma vez que Lula concorreu e venceu, não é possível alterar o cenário. Uma intervenção “redundaria em sanções contra o nosso país” e traria efeitos econômicos perversos, afirmou.
O senador eleito pelo Rio Grande do Sul questionou o resultado das eleições, acusando “falta de transparência” e reivindicando o voto impresso. Ele disse ainda que a diferença pequena de votos coloca Bolsonaro na posição de líder da oposição, e como um dos favoritos em 2026.
Sobre a transição presidencial, Mourão disse que o atual presidente “não irá passar a faixa e também não irá renunciar”. Segundo ele, a passagem de faixa é meramente simbólica e a recusa de Bolsonaro não afeta a transição de fato.
LIMITES DOS PODERES – O senador eleito negou que exista uma politização das Forças Armadas e disse que no Congresso estará junto daqueles que querem alterar a relação entre os três poderes da República.
Ao comentar os atritos com a Suprema Corte, entre as medidas para estabelecer “limites dos poderes” do Judiciário, Mourão citou até mesmo “produzir o impeachment de algum desses ministros”.
A respeito do desempenho da economia no futuro governo, Mourão previu um aumento da expectativa de inflação com a PEC da Transição, e uma reação do Banco Central, com novo aumento dos juros. Isso, segundo ele, penalizará a população mais pobre.