segunda-feira, novembro 28, 2022

Uso da violência faz manifestantes já serem considerados como “terroristas”

Publicado em 28 de novembro de 2022 por Tribuna da Internet

Rota da soja no Mato Grosso e Pará, BR-163 vira barril de pólvora anti-PT -  Portal de Notícias

BR-163, a Rota da Soja, tornou-se um barril de pólvora

Fátima Lessa e Davi Medeiros
Estadão

Usada para escoar a produção do agronegócio em Mato Grosso, a BR-163, conhecida como “rota da soja”, virou um “barril de pólvora”. A rodovia é o palco mais violento de protestos realizados neste mês em busca do apoio das Forças Armadas para manter Jair Bolsonaro (PL) na Presidência após a derrota nas urnas para o petista Luiz Inácio Lula da Silva.

Carros, guinchos e pneus foram incendiados. Motoristas tiveram viagens interrompidas, mesmo que a caminho de hospitais. Há gritos de ordem contra as instituições. O comércio de Sinop chegou a fechar as portas em apoio às manifestações com mensagens antidemocráticas na estrada.

TENSÃO CONSTANTE – Apesar do arrefecimento das interdições na BR-163, grupos de apoiadores de Bolsonaro seguem acampados à beira da estrada, em barracas, o que acentua um clima de tensão constante. Novas convocações para atos contra a vitória do PT na eleição são feitas em aplicativos de mensagens.

A escalada da violência ganhou destaque a partir do dia 18, quando um grupo armado depredou e ateou fogo na base do Serviço de Apoio ao Usuário (SAU) da concessionária Rota do Oeste, perto de Lucas do Rio Verde.

No dia 21, manifestantes tentaram impedir em Sorriso a passagem de uma família que levava uma criança de 9 anos para fazer uma cirurgia em um dos olhos em Cuiabá. Em vídeo que circula na internet é possível ouvir um homem, aos gritos: “Vá a pé. De carro, não passa”.

ABRIRAM CAMINHO – “Havia uma passagem por uma estrada dentro de uma fazenda. O motorista encontrou a estradinha, cerca de cem metros, e saímos lá na frente do bloqueio. Em um ônibus, tinha mulheres, idosos, filhos desesperados”, disse Éder Boa Sorte, autônomo e pai de Gabriel, que fez a cirurgia e passará por uma nova avaliação.

Rota da soja' vira barril de pólvora anti-PT – Jornal Dia Dia

Três caminhões foram incendiados por manifestantes

Também na segunda-feira, 21, em Mato Grosso foi registrada uma outra ocorrência em que caminhões foram incendiados.

Episódios como o da família Boa Sorte levaram a 26.ª Companhia da Força Tática da Polícia Militar em Sinop a classificar os protestos como “análogos ao terrorismo”. O coordenador da Comunicação Institucional da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Cristiano Vasconcelos, corroborou a avaliação. “Antes eram atos pacíficos, agora são atos criminosos, terroristas”, afirmou.

HÁ FINANCIADORES – Os grupos estão organizados. Há barracas de alimentos e estrutura para lhes dar suporte. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o bloqueio de contas de 43 suspeitos de financiar as ações – entre eles mato-grossenses. A ação, no entanto, reascendeu manifestações ainda mais agressivas na rodovia.

A “rota da soja” é a espinha dorsal do escoamento de grãos no País. A rodovia passa por municípios que figuram entre os maiores produtores agrícolas, como Sorriso, Lucas do Rio Verde e Nova Mutum. A entressafra ajuda a explicar a insistência em bloquear a via.

“A paralisação está confortável para os produtores do agronegócio porque eles já receberam os insumos e já plantaram a soja e o milho da próxima safra. Agora só vão precisar da BR-163 a partir de janeiro”, afirmou Vivaldo Lopes, consultor econômico da Associação Mato-grossense dos Municípios.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Bem, se os órgão de segurança passaram a considerar os manifestantes como terroristas, então é hora de agir com mais rigor, desfazendo os acampamentos, apreendendo tudo que existir lá. Já chega de radicalismos e fanatismos ideológicos. (C.N.)