terça-feira, novembro 01, 2022

No Supremo, o ministro André Mendonça demonstra que não é “robô” de Bolsonaro


André Mendonça durante cerimônia de posse da ministra Rosa Weber para a Presidência do STF e Luís Roberto Barroso, assume a vice-presidência do supremo 12

Mendonça tem demonstrado não estar submetido a Bolsonaro

Guilherme Amado e Edoardo Ghirotto
Metrópoles

O ministro André Mendonça votou contra os interesses do governo Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal, no mais importante julgamento desta semana e concordou com a reativação do Fundo Amazônia em até 60 dias. O voto foi proferido na quinta-feira (27/10), quando o tribunal formou maioria pelo retorno do Fundo.

Como de costume, Kassio Nunes Marques votou a favor do governo e contra a volta do Fundo.

INCONSTITUCIONALIDADE – Mendonça fez um voto sucinto, em que apontou inconstitucionalidade nas alterações que o governo promoveu no Fundo Amazônia.

Durante o voto, Mendonça disse não acreditar que autoridades do governo federal possam descumprir a decisão judicial e criar dificuldades para executar projetos financiados pelo Fundo Amazônia.

A ministra Cármen Lúcia provocou o colega após a fala.  “A diferença, ministro André, e que bom que Vossa Excelência tem uma esperança que hoje eu não tenho, que é de que vamos mandar uma ordem para a matéria ambiental e que ela vai ser cumprida, sem que ninguém descumpra. Não é assim que tem acontecido, lamentavelmente”, afirmou Cármen Lúcia.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – É mais um voto de André Mendonça contra os interesses de Bolsonaro, a demonstrar que, apesar se ser tremendamente evangélico, jamais será um ministro submisso como Nunes Marques, cujo saber jurídico é nada e o servilismo ao presidente é tudo. Agora, com a vitória de Lula, Mendonça tem tudo para se tornar um ministro independente, um produto que está muito em falta na mercearia do Supremo, sem a menor dúvida. (C.N.)