quinta-feira, outubro 27, 2022

Militares estão tranquilos e permanecem alheios às brigas na reta final das eleições

Publicado em 27 de outubro de 2022 por Tribuna da Internet

Altamiro Borges: Bolsonaro faz novos agrados aos militares - PCdoB

Charge do Nani (nanihumor.com)

Denise Rothenburg
Correio Braziliense

A decisão do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, de rejeitar a petição da campanha do presidente-candidato Jair Bolsonaro (PL) sobre as inserções nas rádios e, de quebra, ameaçar quem pede a investigação, vai fermentar o terceiro turno das eleições.

A intenção da campanha é ir a todas as instâncias para cobrar que a Justiça Eleitoral investigue se, realmente, houve favorecimento à campanha do ex-presidente Lula da Silva (PT). Na seara do Judiciário, espera-se uma chuva de recursos.

NAS QUATRO LINHAS – Os militares, porém, não aceitam nada que resvale para fora das “quatro linhas da Constituição”. Ninguém quer saber de adiamento das eleições ou coisa que o valha. Daí, o fato de o presidente dizer que ganhará no domingo quem tiver mais voto na urna (argh!, urna eletrônica). Até aqui, venceu a cautela e a atuação dentro das regras do jogo. O país e o mercado agradecem.

Mas o fato de Alexandre de Moraes ter dobrado a aposta contra o pedido da campanha de Bolsonaro, jogando o caso para dentro do inquérito das milícias digitais no STF, acirrou a nova bancada bolsonarista no Senado. Após as eleições, a pressão para fazer tramitar o impeachment do ministro vai crescer. Seja quem for o presidente eleito.

No TSE, há quem diga que o documento entregue à Corte não separou o que foi divulgado em streaming (canal de rádio na internet) e na concessão, ou seja, na frequência radiofônica. Na web, não há obrigatoriedade de veiculação das inserções. Nas rádios, sim.

 

A LINHA DE LULA – A campanha do ex-presidente Lula vai aproveitar o embalo do pedido da campanha de Bolsonaro sobre as inserções para reforçar o discurso de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, prepara “maldades” contra os trabalhadores. A ordem, agora, é só falar de economia, imposto de renda e aposentados.

Mas Paulo Guedes está rouco de tanto dizer que não irá rever direitos trabalhistas. Em Belo Horizonte, ao conversar com empresários, afirmou com todas as letras sobre o vazamento de um documento do ministério, que chegou a ser estudado, mas nunca foi levado avante:

“Tem pica-pau nessa arca”, diz Guedes.