Publicado em 30 de outubro de 2022 por Tribuna da Internet
Pedro do Coutto
O presidente Jair Bolsonaro partiu para a ofensiva logo no início do debate final da campanha na TV Globo, radicalizando o confronto na base de acusações pessoais e ataques ao ex-presidente Lula da Silva. O petista respondeu no mesmo tom e, no final das contas, praticamente nada se discutiu sobre os projetos econômicos e sociais que o país necessita para os próximos quatro anos de mandato presidencial.
Lula procurou abordar diretamente a questão do reajuste do salário mínimo que, pela lei , é estendido o seu percentual automaticamente a 32 milhões de aposentados e pensionistas do INSS. Bolsonaro voltou-se para bloquear o tema afirmando que se reeleito vai destinar um reajuste superior à taxa da inflação encontrada pelo IBGE para 2022.
QUESTIONAMENTO – Lula questionou por qual motivo ao longo de quatro anos não tomou essa medida. Antes da mudança ocorrida na lei, o salário mínimo era reajustado à base da inflação do IBGE e mais o percentual relativo do Produto Interno Bruto. Em alguns anos, essa parcela desapareceu porque o PIB não aumentou. Depois, foi retirada da lei e assim os aposentados e pensionistas, inclusive os que ganham o salário mínimo, 50% dos segurados do INSS, não tiveram ganho real através do tempo.
Outro fato político ocorrido na sexta-feira, foi o anúncio pelo ministro Fábio de Farias, das Comunicações, revelando ter sido mal informado sobre as questões de rádios do Nordeste de não transmitirem inserções políticas no espaço eleitoral destinado ao presidente Bolsonaro. Disse que foi iludido e que agora então deixava a retificação.
REFLEXO – Não sei como esse aspecto vai refletir na campanha. As pesquisas vão dizer. Devem ter saído no final da tarde deste sábado, momentos após eu ter escrito esse artigo. Hoje, a resposta das urnas surgirá. Com ela, um novo horizonte no país.
O episódio Roberto Jefferson foi tocado no debate; Bolsonaro esquivou-se e afirmou equivocadamente que Jefferson era aliado de Lula quando do escândalo do mensalão envolvendo José Dirceu, então chefe da Casa Civil. Essas observações importam pouco, pois os eleitores e eleitoras do país estão respondendo a partir da manhã de hoje a pergunta de todos os brasileiros e brasileiras: quem ocupará o poder nos próximos quatro anos?