Publicado em 23 de agosto de 2022 por Tribuna da Internet
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Ciro Gomes conseguiu falar e expôs excelentes propostas
Carlos Newton
Depois do fracasso na tentativa de liquidar com as pretensões eleitorais do presidente Jair Bolsonaro, os apresentadores do Jornal Nacional se defrontaram nesta terça-feira com outra realidade, ao enfrentar um político de rara experiência e grande preparo intelectual. Falamos em enfrentar, porque é assim que William Bonner e Renata Vasconcelos procedem, ao buscar um enfrentamento com os entrevistados.
Para o eleitor brasileiro que realmente se preocupa com o país e não se deixa levar por ultrapassados fanatismos entre direita e esquerda, foi uma entrevista luminosa, porque mostrou que existe uma luz no fim do túnel e nem tudo está perdido.
INQUISIDORES – Para não perder o hábito, William Bonner e Renata Vasconcelos até tentaram constranger Ciro Gomes, o presidenciável do PDT. Mas ele escapou das armadilhas e seguiu em frente para utilizar sua grande arma – um programa de governo minucioso e racional, que abrange todos os principais problemas do país.
Depois do início irritante, os apresentadores tiveram de se curvar à superioridade intelectual do candidato do trabalhismo, uma corrente política genuinamente nacional, criada pelo nacionalismo e pela genialidade do advogado, professor, sociólogo e político gaúcho Alberto Pasqualini, senador pelo PTB, e que foi colocada em prática por Getúlio Vargas e depois por Leonel Brizola.
Sob a bandeira do trabalhismo, Vargas criou a Consolidação das Leis Trabalhistas, iniciou a industrialização do país e modernizou as instituições. Quase oitenta anos depois, o Brasil agora se vê numa fase de retrocesso que parece inexpugnável, e novamente necessita do trabalhismo para se reerguer, desta vez sob a liderança de Ciro Gomes.
BELÍSSIMA ENTREVISTA – Esta situação ficou absolutamente clara nesta entrevista do Jornal Nacional, que os jornalistas William Bonner e Renata Vasconcelos não conseguiram atrapalhar, digamos assim.
Bem ou mal, em 40 minutos o presidenciável do PDT conseguiu transmitir seus pensamentos sobre os principais problemas brasileiros. Com impressionante precisão, expôs as soluções que imagina para procurar mitigá-los. Ficou absolutamente claro que se trata de propostas altamente factíveis, sem promessas vãs ou mirabolantes, não foi uma conversa fiada de político.
E Ciro Gomes nem chegou a falar de todas as sugestões. Por exemplo, não tocou na transformação da Petrobras numa macroempresa de energia, uma proposta realmente inédita, poderosa e revolucionária.
SEM POLARIZAÇÃO – No final, o político cearense teve um minuto para se despedir dos eleitores, e ele soube aproveitar o tempo. Dirigindo-se aos que ainda estão indecisos ou não aceitam votar em Lula da Silva ou Jair Bolsonaro, que representam metade dos votantes, pediu-lhes que esquecessem a polarização e dessem uma oportunidade a uma terceira candidatura.
Encerrada a entrevista, no silêncio daquele estúdio vazio, deveriam estar sendo ouvidas as palmas, muitas palmas, para homenagear um político verdadeiramente preparado e que jamais deveria ser levado a pedir votos. Os eleitores é que teriam de agradecer a oportunidade de votar num candidato como ele. Mas quem se interessa?
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P.S. – Bem, os indecisos já têm em quem votar. E se as próximas pesquisas não registrarem avanço significativo de Ciro Gomes, é melhor passar a tranca nos tais “institutos” e levar todo mundo cana, por crime de lesa-pátria. (C.N.)