sábado, julho 30, 2022

Justiça britânica nega acesso de Maduro às reservas de ouro de US$ 1 bi da Venezuela

Publicado em 30 de julho de 2022 por Tribuna da Internet

Juan Guaidó, o falso presidente, enriqueceu no exílio

Deu na Veja

O Supremo Tribunal de Londres rejeitou nesta sexta-feira, 29, os mais recentes esforços do presidente Nicolás Maduro para obter o controle de mais de US$ 1 bilhão das reservas de ouro da Venezuela armazenadas nos cofres subterrâneos do Banco da Inglaterra.

Segundo o tribunal, é necessário desconsiderar as decisões anteriores da Suprema Corte venezuelana, apoiada por Maduro, destinadas a desconhecer a posição do líder da oposição Juan Guaidó sobre a possível utilização das reservas em ouro.

PRESIDENTE RESERVA – Esta foi a mais recente vitória de Guaidó, que venceu uma série de confrontos legais sobre o ouro depois que o governo britânico o reconheceu, ao invés de Maduro, como presidente da Venezuela.

“Concluí que o Conselho Guaidó tem sucesso: que as decisões do STJ (supremo tribunal venezuelano) não são passíveis de reconhecimento”, disse o juiz do caso.

Maduro e Guaidó nomearam um conselho diferente para o Banco Central da Venezuela (BCV) e os dois emitiram instruções conflitantes sobre as reservas de ouro. Advogados do conselho do BCV apoiado por Maduro disseram que o banco está considerando um recurso após a decisão de sexta-feira.

VITÓRIA IMPORTANTE – Enquanto isso, Guaidó, cujo apoio internacional tem minguado nos últimos anos, chamou a decisão de “uma vitória importante”.

A equipe jurídica de Maduro disse que gostaria de vender algumas das 31 toneladas de ouro para financiar a resposta da Venezuela à pandemia e reforçar um sistema de saúde destruído por anos de crise econômica.

A oposição de Guaidó alegou que o governo, falido, quer usar o dinheiro para pagar seus aliados estrangeiros. Os advogados de Maduro negam a acusação.

DISSE GUAIDÓ – “Esta decisão representa mais um passo no processo de proteger as reservas internacionais de ouro da Venezuela e preservá-las para o povo venezuelano”, disse Guaidó em comunicado. “Esse tipo de processo judicial honesto e transparente não existe na Venezuela.”

No início de 2019, o governo britânico no início juntou-se a dezenas de nações no apoio a Guaidó, depois que ele autodeclarou-se presidente interino da Venezuela e denunciou Maduro por fraudar as eleições de 2018.

Guaidó, na época, pediu ao Banco da Inglaterra que impedisse o governo de Maduro de acessar o ouro. O banco central de Maduro então processou o Banco da Inglaterra para recuperar o controle das reservas, dizendo que estava privando o BCV dos fundos necessários para financiar a resposta da Venezuela ao coronavírus.

UM CASO INÉDITO – Especialistas jurídicos disseram que o caso não tem precedentes, pois envolve a interpretação da Constituição de um país pelos mais altos tribunais de outro.

 “Esta é uma decisão infeliz”, disse Sarosh Zaiwalla, da Zaiwalla & Co, que representa o banco central apoiado por Maduro, acrescentando que continuará a investigar o caso apesar da decisão de sexta-feira.

“O BCV continua preocupado que o efeito cumulativo dos julgamentos da Corte inglesa pareça conceder uma simples declaração do governo do Reino Unido reconhecendo como chefe de Estado uma pessoa sem controle ou poder efetivo sobre qualquer parte desse estado”, acrescentou Zaiwalla.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Interessantíssima a matéria enviada por José Guilherme Schossland. O surpreendente Maduro é um desclassificado, não há dúvida, mas está na presidência da Venezuela. Negar que ele tenha acesso aos recursos do país, porque Guaidó, o exilado líder da oposição, simplesmente não quer, é uma decisão tipo Piada do AnoO falso presidente Guaidó está riquíssimo. Desde 2019, ele controla os dois maiores bens públicos da Venezuela no exterior: a Citgo Petroleum, filial da PDVSA nos Estados Unidos, e a Monómeros, filial da estatal Pequiven na Colômbia. A Citgo é avaliada em 8 bilhões de dólares e possui uma produção diária de cerca de 750 mil barris de petróleo. Já a petroquímica Monómeros, com sede na Colômbia, é avaliada em 269 milhões de dólares. Nos dois casos há uma série de denúncias de má gestão e de lavagem de dinheiro. (C.N.)