Sábado, 30 de Julho de 2022 - 12:00
por Fábio Zanini | Folhapress
Quase meio século separa o manifesto pela democracia e a Carta aos Brasileiros de 1977, que a inspirou, mas são muitas as semelhanças na reação dos governantes nos dois momentos.
Se Jair Bolsonaro (PL) referiu-se ao documento como "cartinha", o então líder da ditadura no Senado, Eurico Resende, menosprezou o texto, chamando-o de "carta, bilhete, ofício ou nome que o tenha". "Nunca dei importância a manifestos", ecoou o também governista José Bonifácio (Arena-MG).
Também há eco nas juras dos governos de turno de respeito à democracia e à Constituição. "Nosso caminho é a democracia, a liberdade, respeito à Constituição", disse Bolsonaro.
"Temos uma ordem constitucional convivendo com a ordem revolucionária, e ambas são legítimas", afirmou o então presidente da Arena, partido oficial, Francelino Pereira.
Ambos os governos viram ainda interesses ocultos no timing das manifestações. Bonifácio, que era líder da ditadura na Câmara, disse que "publicar o documento nesta hora é parte da ação comunista no mundo". Para Bolsonaro, é "uma nota política em ano eleitoral".
Nesta quinta (28), o presidente ironizou o manifesto em um texto com apenas 27 palavras, publicado em uma rede social.
"Carta de manifesto em favor da democracia. Por meio desta, manifesto que sou a favor da democracia. Assinado: Jair Messias Bolsonaro, presidente da República Federativa do Brasil", escreveu.
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