Quarta, 29 de Junho de 2022 - 08:20
O presidente Jair Bolsonaro já busca um substituto para o atual presidente da Caixa, Pedro Guimarães, acusado de praticar assédio sexual contra funcionárias do banco (veja aqui).
De acordo com a coluna de Igor Gadelha, do portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, Bolsonaro teve várias reuniões na noite de terça-feira (28), no Palácio da Alvorada, para decidir o futuro de Guimarães. No Planalto, a saída do executivo da presidência da Caixa já é dada como certa. A tendência é de que ele próprio peça para sair definitivamente ou se afastar do cargo até que os fatos sejam apurados.
Segundo o Blog de Andreia Sadi, do G1, a equipe que está à frente da campanha para a reeleição de Bolsonaro teme que o caso possa dar margem ao presidente para sair em defesa dele, o que poderia causar um desgaste eleitoral.
‘Vou te fazer sangrar’
Desde o final de 2021, funcionárias da Caixa decidiram romper o silêncio e denunciaram o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, por assédio sexual. Este pode ser o primeiro caso público de assédio sexual envolvendo um alto funcionário do governo Jair Bolsonaro (PL). Pedro é genro do baiano Léo Pinheiro OAS preso na operação Lava Jato.
Em um dos relatos publicados pelo Metrópoles, uma das vítimas, identificada com o nome fictício de Cristina, afrima que em um jantar, Guimarães disse que uma das excursões do programa Caixa Mais Brasil deveria ser para Porto Seguro. E que, para essa viagem, tinha uma ideia especial: organizar uma espécie de micareta privê, na qual ninguém seria de ninguém. “Ele disse: ‘A gente vai fazer um carnaval fora de época (…) Ninguém vai ser de ninguém. E vai ser com todo mundo nu’”, relata Cristina.
Ela diz que, a pedido de Guimarães, um assessor próximo anotou na agenda um lembrete para incluir a cidade baiana na lista dos roteiros futuros. Cristina afirma que ele se virou para ela e prometeu rasgá-la, até sangrar. “Ele me falou: ‘Vou te rasgar. Vai sangrar’”. Na mesma ocasião, diz ela, Guimarães pôs pelo menos dois amigos que também trabalham na Caixa para falar por telefone com as funcionárias que estavam à mesa e começou a “arranjar casais”: “Ele dizia, apontando para nós: ‘nessa viagem fulano vai pegar você, beltrano vai pegar você’. Foi nojento”.
Bahia Notícias