domingo, maio 01, 2022

Atos públicos do Dia do Trabalho vão servir para avaliação dos rumos da democracia no país

Publicado em 1 de maio de 2022 por Tribuna da Internet

A questão militar e as perplexidades da esquerda - Patria Latina

Charge do Alpino (Yahoo Notícias)

Roberto Nascimento

Rodrigo Pacheco e Arthur Lira, presidentes do Senado e da Câmara, respectivamente, são legítimos representantes do Poder Legislativo e não poderiam se eximir de se manifestarem sobre as declarações de Bolsonaro contra o sistema eleitoral e também contra o regime democrático de direito, ameaçando o país caso o resultado das eleições de outubro não seja favorável a ele.

São fatos repetitivos, mas numa escalada insana, que pode acabar gerando conflitos generalizados, se os apoiadores do mito de pés de barro imitarem os partidários de Donald Trump, que invadiram o Capitólio, inconformados com a derrota do empresário sonegador de impostos, nas urnas americanas.

EXEMPLO SINISTRO – A tentativa de golpe na América fracassou, mas cinco pessoas morreram. Se os seguranças do Congresso dos EUA e a Polícia não tivessem contido os extremistas do Q Annon, que apoiavam o então presidente na tentativa de melar as eleições e impedir a vitória de Joe Biden, poderia ter havido atentados contra deputados e senadores norte-americanos.

Aqui no Brasil, como ocorreu nos Estados Unidos, não faltariam aquela gasolina e um estopim para deflagrar os piores sentimentos disseminados pelo radicalismo político.

Como a História registra, em qualquer país os extremistas podem chegar ao ponto de tentar fazer justiça com as próprias mãos, agindo como bandos de desordeiros, dispostos a tudo para fazer valer suas ideias, em detrimento da estabilidade da própria nação.

GRAU DE BELIGERÂNCIA – Aqui no Brasil, neste ano eleitoral, a polarização política está atingindo um preocupante grau de beligerância, na medida em que vai se dissipando a possibilidade de surgimento de um candidato da terceira via que possa empolgar o eleitorado menos radical, que caracteriza a maioria dos brasileiros.

Sérgio Moro estava ultrapassando a marca dos dois dígitos, quando surpreendentemente abandonou o Podemos e migrou para o União Brasil, sendo rifado pelo conluio dos caciques Luciano Bivar e ACM Neto. Mesmo com a retirada de Moro, o candidato Ciro Gomes, do PDT, não está conseguindo decolar, enquanto a turma do andar de baixo oscila entre 1% e 3%.

O quadro pode mudar até outubro, mas, só um milagre ou algum imponderável da vida humana para evitar o “baião de dois” nas urnas de outubro: Bolsonaro ou Lula

ATAQUES À DEMOCRACIA – Neste domingo, vamos ter uma avaliação mais precisa dos rumos da democracia no Brasil, com a realização desses inoportunos atos de “solidariedade” ao deputado Daniel Silveira, cujos méritos políticos, profissionais e pessoais simplesmente inexistem.

Espera-se que os organizadores dessas falsas manifestações no Dia do Trabalho tenham um mínimo de responsabilidade social e que os oradores, principalmente o deputado truculento e o presidente desordenado, não procurem incitar o povo contra as instituições.

Nota-se que o senador Rodrigo Pacheco e o deputado Arthur Lira, como dirigentes do Legislativo, estão muito preocupados, porque pode vir coisa pior por aí, mirando o Congresso Nacional, já que o governo não tem como se livrar do fracasso econômico e administrativo, pois a pandemia já terminou e a guerra da Ucrânia está beneficiando as exportações brasileiras.