Em discurso a deputados em São Petersburgo, presidente russo ameaçou países que intervierem na invasão à Ucrânia. Ele disse que a Rússia utilizará, de forma imediata, o que tem de mais moderno em termos de armamentos.
O presidente russo, Vladimir Putin, advertiu que a interferência de outros países no que Moscou chama de "operação militar especial", na Ucrânia, será respondida pela Rússia militarmente e de maneira imediata. A ameaça ocorreu durante discurso de Putin a deputados na cidade de São Petersburgo, nesta quarta-feira (27/04).
"Caso alguém proponha intervir na situação atual [na Ucrânia] e crie ameaças estratégicas inaceitáveis para nós, eles devem estar cientes de que a nossa resposta… Será rápida como um raio", declarou Putin, enfatizando que os militares russos não hesitariam em fazer uso dos armamentos mais modernos que o país dispõe.
"Temos todas as ferramentas para isso – e que ninguém pode se vangloriar de ter. Não vamos [apenas] nos vangloriar. Vamos usá-las, se necessário. E quero que todos saibam disso. Já tomamos todas as decisões em relação a isso", complementou o presidente russo.
Em meio à invasão da Ucrânia, que começou no dia 24 de fevereiro, Putin tem frequentemente citado o desenvolvimento de armamentos modernos por parte da Rússia, incluindo mísseis hipersônicos e o novo míssil balístico intercontinental Sarmat, que foi testado no início deste mês.
O anúncio de Putin ocorre dois dias após os secretários de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, e de Estado, Antony Blinken, terem visitado o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, em Kiev.
Após a visita, Austin e Blinken anunciaram 713 milhões de dólares adicionais em ajuda militar à Ucrânia, incluindo cerca de 300 milhões de dólares para permitir que o país compre armas.
Blindados alemães e corte de gás
Nesta terça-feira, a Alemanha confirmou que irá aprovar o fornecimento de 50 blindados de combate antiaéreo do tipo Gepard à Ucrânia, em mais uma reviravolta na abordagem da Alemanha em relação à guerra no Leste Europeu.
Os blindados deverão vir dos estoques da empresa de armamento Krauss-Maffei Wegmann (KMW). Originalmente, o Gepard foi desenvolvido para fornecer à Bundeswehr (Forças Armadas da Alemanha) proteção contra aeronaves de voo baixo e helicópteros de combate, além de também poder ser usado contra alvos em solo.
A declaração de Putin ocorre concomitantemente ao anúncio da Rússia de que o país iria interromper o fornecimento de gás para Polônia e Bulgária a partir desta quarta-feira. Os dois países, assim como outros da União Europeia, recusaram-se a pagar pelo gás natural em rublos, uma exigência de Moscou para estabilizar e impulsionar sua moeda diante das sanções do Ocidente.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, recebeu com indignação o anúncio de que a Rússia interromperia o fornecimento de gás natural para os dois países, ambos membros da UE, mas garantiu que o bloco já estava preparado para eventuais cortes e planeja uma resposta "coordenada".
Deutsche Welle