sábado, abril 30, 2022

Daniel Silveira é acusado de usar 'advogado fantasma' para desviar dinheiro




Deputado Daniel Silveira

Ministério Público diz que o deputado utilizou recursos da cota parlamentar por meio de um 'advogado fantasma' e pede ressarcimento de R$ 660 mil

Por Ana Mendonça

Depois de condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 8 anos e 9 meses de prisão por ataques antidemocráticos, o deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) foi acusado pelo Ministério Público (MP) de desviar recursos da cota parlamentar por meio de um advogado fantasma.

As informações são do jornal O Globo.

Segundo o MP, entre 27 de maio de 2019 e 20 de maio de 2021, Silveira pediu ressarcimento por um contrato de consultoria jurídica em nome do advogado Samuel Pinheiro Maciel.

O MP aponta, porém, que “os serviços foram realizados, na verdade, pela própria Consultoria Legislava da Câmara dos Deputados”. 

Ou seja, de acordo com a denúncia, Daniel Silveira teria usado dinheiro da Câmara para pagar por serviços que não foram executados.

No documento é pedida uma ação civil pública para cobrar o ressarcimento de R$ 660 mil aos cofres públicos, que seriam referentes aos serviços custeados pelo cotão parlamentar.

Estadão / Estado de Minas

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Bolsonaro reclama de pena, mas diz que Silveira falou 'coisas absurdas'

'Eu não quero peitar o STF, dizer que eu sou o mais importante, que tem mais coragem, longe disso', ponderou Bolsonaro

Por Deborah Hana Cardoso 

O presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu, nesta sexta-feira (29/4), os “excessos” na fala de Daniel Silveira (PTB-RJ) contra o Supremo Tribunal Federal. Segundo ele, por mais que o deputado tenha falado coisas absurdas, “ninguém discute isso, que foram coisas absurdas”, a pena não poderia ser a que o STF deu ao parlamentar: 8 anos e 9 meses de regime fechado, perda de mandato, inelegibilidade e multa.

Silveira foi condenado no inquérito dos atos antidemocráticos por ameaça às instituições e a membros da Corte — Alexandre de Moraes e Edson Facchin. “Não se discute se houve excesso pelo Supremo Tribunal Federal”, afirmou Bolsonaro, em entrevista à rádio Metrópole, de Cuiabá (MT).

“O que é um indulto ou graça? Se o cara cometeu um crime hediondo, não tem perdão ou graça para ele. O caso da graça está previsto na Constituição, privativo ao presidente da República, quando acontece injustiça, excesso ou questão humanitária”, justificou.

Ainda segundo Bolsonaro, não caberia a mais ninguém no Brasil “desfazer essa injustiça” contra Silveira. “Eu não quero peitar o STF, dizer que eu sou o mais importante, que tem mais coragem, longe disso”, ponderou.

Correio Braziliense / Estado de Minas