quinta-feira, fevereiro 03, 2022

"Bolsonaro vai passar e vai entrar para a história como um dos piores presidentes que já tivemos", diz presidente do Novo.

 





Entrevista de Eduardo Ribeiro, presidente nacional do Paratido Novo

Por Alexandre Borges

Eduardo Ribeiro, presidente nacional do Partido Novo, tem 33 anos e é farmacêutico-bioquímico de formação. Empresário e executivo do setor de saúde, concedeu essa entrevista exclusiva para a Gazeta do Povo em que analisa passado, presente e futuro do partido mais identificado com o liberalismo no Brasil. Na entrevista, ele nega o rótulo de bolsonarista do partido e diz que esta eleição será a mais difícil já enfrentada pela sigla. Veja:

O Novo é bolsonarista? Como se livrar desta pecha na eleição deste ano?

O Novo não é bolsonarista. Somos, inclusive, oposição institucional ao Bolsonaro e defendemos seu impeachment. A confusão existe porque Bolsonaro se apropriou de um discurso economicamente liberal na campanha de 2018 muito parecido com o do Novo, e ainda tenta mantê-lo, mesmo depois de três anos de um governo vergonhoso e antiliberal.

Bolsonaro vai passar e vai entrar para a história como um dos piores presidentes que já tivemos. O Novo vai continuar, fiel aos seus princípios e convicto da qualidade e dos diferenciais dos seus políticos. Tentam colocar pecha no Novo desde o seu nascimento: partido de banqueiro, de riquinho, de ex-tucano. Tudo bobagem, essa é só mais uma. Não me preocupo com isso.

Quais foram os mais importantes aprendizados do Novo desde a fundação?

O principal aprendizado foi compreender que é muito difícil convencer as pessoas a entrar para a política. No início, achávamos que seria um caminho natural para muita gente boa, tendo uma plataforma como o Novo, com regras de governança claras, membros ficha-limpa e quadros competentes. Mas não é tão simples, ainda há muita resistência à política e, principalmente à política partidária. O que é muito ruim, porque isso acaba abrindo um espaço muito grande para quem não tem nada a perder, pessoas despreparadas ou com más intenções.

Estamos crescendo, mas com muito trabalho de convencimento pela frente.

Como você avalia o futuro do liberalismo no Brasil? Como ficaria o Brasil num eventual terceiro mandato de Lula?

Acho que o liberalismo conseguiu vencer uma barreira importante, que era a sua demonização pelo discurso hegemônico da esquerda. Nos anos 80, havia só o Roberto Campos falando e apanhando sozinho. Hoje temos mais vozes e a liderança é mais difusa. Possivelmente, daremos alguns passos para trás por causa do governo Bolsonaro, porque certamente vão tentar associá-lo ao liberalismo. Por isso a importância de se posicionar contrário a esse governo e à figura do presidente, e não deixá-lo levar para o fundo do poço, junto com ele, todo o trabalho que foi feito ao longo dos últimos 20 anos.

E um terceiro mandato do Lula seria horrível para o Brasil, comprovaria o descrédito das nossas instituições ao elegermos um criminoso condenado em todas as instâncias. Mas, claramente, isso é mais consequência da conduta desastrosa do Bolsonaro do que o desejo dos brasileiros.

O que você diria para o eleitor do Novo sobre as perspectivas da eleição de 2022?

Será uma das eleições mais difíceis que já enfrentamos. Temos dois adversários principais: o bolsonarismo e o petismo, que são as duas principais máquinas de difamação que esse país já viu. Mas o Novo seguirá firme dentro dos seus posicionamentos históricos e não irá recuar um milímetro, independente do que tentem nos associar. Hoje temos resultado pra mostrar: deputados federais, estaduais e vereadores altamente competentes e atuantes em suas casas legislativas, o melhor prefeito e o melhor governador do Brasil. Para as eleições, teremos uma legião de ótimos candidatos, incluindo à presidência - com Felipe d’Avila -, que vão precisar da ajuda de cada filiado e apoiador do Novo. É trabalhando em equipe, divulgando, doando e se voluntariando, que vamos dar o exemplo e começar a reescrever a história desse país.

Gazeta do Povo (PR)