Publicado em 1 de janeiro de 2022 por Tribuna da Internet
Marcelo de Moraes
Estadão
Conhecido por sua capacidade de antecipar cenários políticos, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, não descarta a possibilidade de o presidente Jair Bolsonaro ficar fora do segundo turno da disputa de 2022. Para Kassab, que aposta no projeto de candidatura do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), Bolsonaro tem “errado bastante” e isso está ampliando seu desgaste político no eleitorado.
“Ele tem errado bastante. Tanto que tinha 60, 70% de aprovação e, hoje, tem 20%. Acho que ele tem uma chance grande de não ir para o segundo turno”, disse Kassab. “Veja o desgaste dele com a pandemia, com o número de desempregados. Não vejo chance de crescimento. Acho que o teto máximo dele é 22, 23%. E acredito que poderá cair mais.”
GOZANDO FÉRIAS – Ex-prefeito de São Paulo, Kassab cita como mais recente erro de Bolsonaro sua ausência na Bahia para acompanhar a situação dramática vivida no Estado por causa das fortes chuvas. Trata-se de uma tragédia que já matou pelo menos 25 pessoas e deixou milhares de pessoas desabrigadas.
“Agora, por exemplo, a população vê o presidente num jet ski enquanto a Bahia está lá, debaixo d’água”, criticou Kassab, que foi ministro das Comunicações no governo de Michel Temer e das Cidades na gestão de Dilma Rousseff.
“Não estou dizendo que ele não deva ter férias. Mas acho que qualquer outro que fosse presidente teria interrompido as férias. É um gesto importante mostrar a solidariedade do governo. A boa política mostra que ele devia estar presente lá porque precisa dar o exemplo.”
CANDIDATURA PRÓPRIA – Apesar do cenário político em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera as pesquisas, seguido por Bolsonaro, Kassab garantiu que o PSD manterá suas fichas na candidatura de Rodrigo Pacheco, que não têm crescido da forma esperada pelo partido.
“Ele é uma pessoa inteligente, que tem experiência administrativa pública e privada. Tem liderança política, tem protagonismo, tem tribuna. O perfil dele é bom”, insiste o fundador e presidente nacional do PSD.