sexta-feira, dezembro 31, 2021

A ciência que salvou a vida de Bolsonaro é a mesma que ele desdenhou e negou depois

Publicado em 31 de dezembro de 2021 por Tribuna da Internet

6 de setembro de 2018: um dia para entrar na história | VEJA

Vida de Bolsonaro foi salva pela Ciência que ele tanto despreza

Jorge Béja

Medicina é ciência. Vacina é medicina. Logo, vacina é ciência.  E ciência do mais alto grau de perfeição e conhecimento.  Aqui no nosso Brasil, queiram ou não queiram os pais, a criança quando nasce recebe vinte e cinco tipos de vacinas até completar um ano de vida.

Mas a teimosia danosa de Jair Bolsonaro contra a vacinação no combate à Covid, seus maus exemplos e seus “alertas” toscos, incivilizados e medíocres, sobre os “efeitos” da vacina, mostram um Bolsonaro ingrato. Ingrato com a Ciência. Ingrato com a Medicina. Ingrato porque foi a Medicina que salvou sua vida.

FOI PARA MATAR – Aquela facada de 6 de Setembro de 2018, desferida por um monstro, um demônio, um covardão que convivia solto entre nós, era para matar o candidato Jair Bolsonaro. Acabar de vez com sua vida e tirá-lo do pleito presidencial. 

A lâmina do facão tinha 20 centímetros de comprimento. Jair sofreu três gravíssimas lesões no intestino delgado, e outra lesão em uma veia do abdômen. A hemorragia foi abundante. Perdeu 40 a 50 por cento do sangue do corpo humano. Foram 4 cirurgias.

Socorrido, às pressas, no Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Juiz de Fora, cidade mineira onde o então candidato fazia comício quando foi covardemente atacado, Jair foi transferido depois para o Hospital Albert Einstein. E logo na chegada, o doutor Antonio Macedo, médico do Einstein que assumiu o comando da equipe para cuidar de Jair, declarou textualmente, de viva voz: “Salvaram a vida dele lá em Juiz de Fora”.

VIVA A CIÊNCIA! – Palmas para os médicos da Santa Casa de Juiz de Fora. Palmas para a Medicina. Mas ninguém pode aplaudir um Bolsonaro negacionista da Ciência, da Medicina. Da ciência-médica que em 2018 salvou sua vida e que Jair, depois de eleito e empossado, negou até não poder mais. Negou proporcioná-la ao povo brasileiro.

Isto porque, como é público e notório, além de investigado e concluído pela CPI da Pandemia, que acusa Bolsonaro da prática de vários crimes contra a vida, a vacina da Pfizer foi oferecida ao governo brasileiro em agosto e setembro de 2020 e só foi comprada em janeiro de 2021. E mesmo assim, após pressão de todos os cantos e de todos os lados.

Cientistas confirmam que se a vacinação dos brasileiros tivesse iniciado imediatamente após ter a Pfizer oferecido a vacina ao Brasil, seguramente metade dos quase 620 mil mortos estariam vivos.

UM ERRO FATAL – Ah!, se Jair, desde o início da pandemia tivesse arregaçado as mangas e saído em campo na defesa da saúde e da vida dos brasileiros! Seja com gestos, pronunciamentos e ações eficazes imediatas.

Ele e os governantes de todos os países que assim agissem – ou agiram – se tornariam líderes-amados. Já os que nada ou muito pouco fizeram se tornaram malquistos. Governantes sem alma, sem sentimento. Governantes malditos.

E Jair assim passa para a História: um presidente desalmado. Que negou a mesma Ciência que salvou sua vida. Que “cuspiu no prato em que comeu”, como diz o antigo conceito popular.