Rosanne D’Agostino
G1 — Brasília
O ex-procurador-geral da República Geraldo Brindeiro morreu nesta sexta-feira (29), aos 73 anos. Ele ocupou o cargo de PGR por oito anos nos governos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de 1995 a 2003. Atualmente, era subprocurador. A causa da morte foram complicações da Covid, de acordo com o boletim do hospital onde ele estava internado em Brasília.
“Colega de trato gentil e bastante leal, Geraldo Brindeiro foi, dentre outras coisas, responsável pela construção da sede atual da PGR, além de ter promovido diversos concursos de ingresso na carreira, ampliando em muito o MPF”, afirmou o presidente da Associação Nacional de Procuradores da República (ANPR), Ubiratan Cazetta, em uma rede social.
Geraldo Brindeiro nasceu no Recife no dia 29 de agosto de 1948. Formou-se pela Faculdade de Direito do Recife em 1970. Fez pós-graduação na Universidade de Brasília (UnB), especializando-se em direito tributário na Constituição Federal e alteração do contrato de trabalho. Também era mestre e doutor em Direito pela Universidade de Yale, nos Estados Unidos.
NO SUPREMO – Foi assessor jurídico do tio, ministro Djaci Falcão, no STF, entre fevereiro de 1971 e março de 1973. Foi professor de direito civil e constitucional da Faculdade de Direito do Distrito Federal. Em 1975, passou a integrar o Ministério Público Federal.
Em 1989, foi promovido a subprocurador geral da República. Em 1995, foi nomeado por Fernando Henrique Cardoso para seu primeiro mandato na PGR, com a missão de despolitizar o órgão. Geraldo Brindeiro foi reconduzido ao cargo três vezes, ficando no posto até 2003.
O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Conselho da Justiça Federal (CJF), ministro Humberto Martins, e Augusto Aras, procurador-geral da República, divulgaram mensagens de pesar.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Brindeiro ficou famoso por ter se dedicado à blindagem do então presidente FHC, com tanto empenho que ganhou o justo apelido de “engavetador-geral da República”. O atual ocupante da PGR faz o mesmo, também com dedicação absoluta, e está começando a ser conhecido como “prevaricador-geral da República”. Na semana passada, Aras levou um pito da ministra Cármen Lúcia, por estar sentado em cima de uma das 92 investigações já abertas contra Bolsonaro. Portando, pode-se dizer que Brindeiro e Aras, tudo a ver. (C.N.)